Manutenção de formato digital vai ser analisado pelo Ministério da Educação com o IAVE.
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A realização das provas de aferição do 2.º ano do Ensino Básico em formato digital não é um dossiê fechado, estando a ser avaliado pela tutela. A garantia foi dada, na manhã desta sexta-feira, pelo ministro da Educação no Parlamento, onde está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças. "Não está para mim fechada a decisão de continuar com as provas digitais no 2.º ano", disse João Costa, em resposta à deputada da Iniciativa Liberal Carla Costa.
Segundo o governante, os resultados estão a ser "avaliados" com o IAVE - Instituto de Avaliação Educativa, num processo que tem sofrido "atrasos" decorrente das greves. "É uma discussão que ainda terei com o IAVE", adiantou o ministro da Educação. Sendo que, fez notar, "os relatórios que o IAVE produz e irá produzir também sobre as provas deste ano farão essa distinção entre o que são desempenhos relacionados com os conteúdos e competências aferidos e o que poderão ser desempenhos relacionados com competências digitais".
Quanto aos exames nacionais no Ensino Secundário, mantém-se, explicou, o "piloto que o IAVE fará em disciplinas com componentes menos prejudicadas". Por outro lado, frisou ter dado indicações ao IAVE para "que seja muito clara a possibilidade de prova offline, dessa ser a modalidade por defeito". Que, explicou, não foi a mais utilizada e teve "impactos negativos" nos estudantes.
Quatro mil sem professor
Já em resposta à intervenção do deputado PCP Alfredo Maia, o ministro da Educação fez um ponto de situação quanto ao número de alunos sem professor. Segundo João Costa, atualmente contam-se quatro mil alunos sem professor. Explicando estar em causa "substituições recentes" e "não de alunos que não tenham professor desde o início" do ano letivo.
Quando questionado pelo deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares sobre como se sente em relação à situação dos professores, João Costa foi claro: "Sinto-me mal. É claro que me sinto mal, porque é preciso fazer mais e melhor". Razão pela qual, explicou, o "Orçamento do Estado prevê que passe a haver finalmente apoio aos professores que se deslocam para estas regiões [Lisboa e Vale do Tejo e Algarve] onde a especulação dos preços da habitação é absurda". Apoios cuja dotação está inscrita no orçamento do Ministério da Segurança Social porque, disse, os pagamentos são feitos através do Instituto da Segurança Social.