O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, acusou a Oposição, e em particular o PSD, de "populismo" por querer envolver o primeiro-ministro na comissão de inquérito da TAP e defendeu que as audições parlamentares estão a servir para degradar as instituições e não para discutir a tutela política da TAP.
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O socialista recordou, esta sexta-feira numa declaração no Parlamento, que o foco da comissão parlamentar de inquérito à TAP é a gestão pública da companhia aérea. No entanto, as audições têm servido para tudo, menos para fazer esse escrutínio da tutela política. O pedido de audição do primeiro-ministro António Costa é mais uma prova de que a Oposição, em particular os partidos de Direita com o PSD à cabeça, estão a "querer degradar as instituições".
"Uma comissão parlamentar de inquérito que tem o foco na gestão pública da TAP está a discutir sistemas de informações num processo que não tem nada a ver com a tutela política da TAP? É isso que se chama a degradação das instituições", advertiu o parlamentar. Embora considere que "há espaço" para a Assembleia da República ouvir a ministra da Justiça e os altos dirigentes do SIS e do SIRP, Eurico Brilhante Dias relembra que tanto a embaixadora Graça Mira Gomes (secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP)) como Adélio Neiva da Cruz (diretor-geral do Serviço de Informações de Segurança (SIS)), bem como a ministra da Justiça, já foram ouvidos no Parlamento sobre o caso da recuperação do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro.
"Estamos disponíveis para viabilizar o escrutínio de todas as entidades públicas neste Parlamento, mas envolver o primeiro-ministro numa comissão de inquérito à TAP, quando não tem qualquer intervenção, a isso chama-se populismo", criticou o deputado socialista.