O líder parlamentar do PS assumiu, esta sexta-feira, que o partido não quis dialogar com o Chega no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2023. "Dialogamos com todos os partidos democráticos deste hemiciclo", disse Eurico Brilhante Dias.
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No discurso de encerramento do debate na especialidade, o líder parlamentar do PS assumiu que não quis negociar com o Chega, ao declarar: "Dialogamos com todos, sem exceção, com todos os partidos democráticos deste hemiciclo", vincou Eurico Brilhante Dias.
"Este Orçamento do Estado tem um número superior de propostas de alteração acatadas face ao Orçamento de 2022", declarou Eurico Brilhante Dias, enumerando as 122 propostas de alteração que o PS aceitou da oposição: 25 do PAN, 24 do Livre, 9 do PCP e do BE, 9 do PSD e da IL.
O líder parlamentar do PS salientou ainda as 55 propostas de alterações vindas da sua bancada e acusou a oposição, em particular o PSD de apenas ter apresentado propostas de aditamento "que apenas pretendiam desvirtuar a proposta inicial do Governo".
Segundo Eurico Brilhante Dias, as 122 propostas de alteração aprovadas representam um número "11 vezes superior ao exemplo do que aconteceu quando a direita estava no poder".
As palavras de Eurico Brilhante Dias fizeram André Ventura saltar da cadeira e interpelar o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. "Este é o dia mais indigno que tive neste Parlamento", declarou o líder do Chega, irritado por o seu partido ter sido apelidado de antidemocrático. "Querem criar um ambiente de conflito permanente", considerou Ventura.
"Quem diz que é anti-sistema, quando vivemos numa democracia, é anti-sistema democrático", reforçou Eurico Brilhante Dias.
Já Augusto Santos Silva explicou por que não aceita algumas propostas do Chega. "É verdade que tem todos os direitos inerentes ao facto de constituir um grupo parlamentar. Eu não procedo em função da origem das propostas mas em função do seu conteúdo. O Regimento não me permite aceitar propostas que violam a Constituição", deixou claro o presidente da Assembleia da República.