A audição da ministra da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior foi pedida pelo Bloco de Esquerda para confrontar Elvira Fortunato com a falta de alojamento para os estudantes deslocados. Todas as bancadas votaram a favor à exceção do PS que chumbou a iniciativa, esta quarta-feira.
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A votação do requerimento do BE realizou-se esta manhã na comissão de Educação. O Bloco invoca os valores recorde da inflação e a crise de especulação imobiliária para sublinhar a falta de alojamento para os estudantes deslocados do Ensino Superior.
O atual número de camas em residências de instituições de ensino públicas só responde a cerca de 15% dos estudantes deslocados, nunca tendo acompanhado o aumento de estudantes a ingressar no Ensino Superior, frisa o BE no requerimento. O que torna a procura por um quarto, "um pesadelo".
"Apesar de o Governo do PS ter anunciado várias vezes investimentos para a construção de residências estudantis, a verdade é que esse programa está muito atrasado e sem resultados visíveis a tempo e horas. A atual situação exige do Governo respostas rápidas e eficazes no que toca ao reforço da Ação Social, aos vários apoios que os estudantes devem contar de forma a combater o poder de compra e o aumento do valor das rendas", defenderam os bloquistas no requerimento.
O primeiro-ministro, na semana passada, anunciou a meta de o país, até 2026, ter 26 mil camas em residências, tendo sido assinados contratos relativos à construção de 119 residências.
De acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, este ano, a oferta de camas para estudantes, disponível no mercado, diminuiu 80% face a setembro de 2021. Os preços dispararam, especialmente no Porto e em Lisboa, que concentram o maior número de estudantes deslocados.