O PS desafiou, esta quinta-feira, o primeiro-ministro a “acabar com as afirmações vazias” que são depois “desmentidas pelos jornais” e pôr em cima da mesa as provas sobre os casos que o envolvem, pondo assim “fim a esta novela”.
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“O primeiro-ministro tem de uma vez por todas acabar com as afirmações vazias que vem fazendo, que no dia seguinte são desmentidas pelos jornais e pôr em cima da mesa as provas dos pagamentos que fez, dos fornecimentos que recebeu, dos serviços que prestou porque só assim conseguiremos partir para uma discussão séria sobre os problemas que verdadeiramente assolam o país”, disse aos jornalistas Marcos Perestrello, porta-voz da candidatura do PS às eleições.
Em causa está o que classificou como “comunicado justificativo” do gabinete do primeiro-ministro do início desta semana que, segundo o dirigente socialista, foi hoje contrariado pela primeira página do Correio da Manhã quando o jornal “estabelece a ligação entre o fornecimento do betão, a contratação da empresa construtora pela Câmara de Espinho e os pareceres feitos pelo escritório de Luís Montenegro” para a mesma câmara.
“Desde o final de 2023, há mais de um ano, que se arrasta uma novela em torno da atividade privada, da atividade pública e da promiscuidade entre a atividade pública e a atividade privada do primeiro-ministro. É preciso pôr um fim a esta novela. É preciso pôr um fim a este assunto”, defendeu.
Para o cabeça de lista do PS por Santarém “só há uma pessoa capaz de pôr fim a este assunto e libertar o país para a discussão dos verdadeiros problemas dos portugueses”.
“Só o primeiro-ministro tem na sua mão as informações, os dados, as provas que ponham fim a este conjunto de suspeitas que desde 2023 vêm sendo levantadas sobre a sua relação profissional com a política e com as empresas fornecedoras, neste caso da Câmara de Espinho”, considerou.
Marcos Perestrello gostava que a atenção do país, dos políticos e da comunicação social pudesse estar nos verdadeiros problemas do país, mas avisou que isso só acontecerá quando Luís Montenegro “criar condições para deixar de ser desmentido de cada vez que faz uma afirmação” e apresentar as provas.
“E se as apresentar, elas serão seguramente bem-vindas, porque todos ficaremos mais descansados e a poder discutir os problemas que verdadeiramente perturbam a vida dos portugueses e em que medida essa vida pode ser melhorada”, disse.
Sobre que provas devem ser apresentadas, o socialista remeteu essa decisão para o primeiro-ministro, mas deu como exemplo as faturas dos fornecimentos e os comprovativos dos pagamentos.
“Temo precisamente que a campanha eleitoral fique muito marcada sobre isso e penso que é obrigação do Primeiro-Ministro pôr fim a esta novela”, insistiu.