O secretário-geral do PS disse na quinta-feira que os "radicais" PSD e CDS-PP do presente "romperam com a sua própria família politica" e apenas o PS poderá "fazer pontes" com outros partidos e a sociedade civil após as legislativas.
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"Em momentos de crise nunca foi o PS um partido radical, do conflito. O PS foi sempre o partido da moderação, o partido que soube gerar a concertação social, dinamizar o diálogo, criar pontes", advogou António Costa num comício na noite de quinta-feira, em Coimbra.
O Governo, prosseguiu Costa, foi um "fator de conflito permanente" e desentendeu-se com vários setores da sociedade, classes etárias e setores profissionais.
"Temos de ser todos os advogados e defensores daqueles que sozinhos não se podem defender e precisam de nós, porque sem nós estão ao abandono. Sem nós serão derrotados no próximo domingo, serão humilhados a partir de domingo, outra vez apelidados de piegas a partir de domingo", vincou Costa, perante os aplausos da plateia.
As sondagens que PSD e CDS-PP "tanto festejam", advoga Costa, representam sensivelmente o "mínimo histórico" da direita nas legislativas - 36% há dez anos - e o PS, lembra, "considera que as melhores condições para poder substituir o atual Governo, executar o seu programa, cumprir os compromissos que assume com os portugueses, sérios, estudados e escritos, é governando com uma maioria parlamentar" que garanta "estabilidade" à ação executiva.
Na sua intervenção, o líder socialista reiterou que o seu partido concorre a estas legislativas "em nome do restabelecimento de uma governação de confiança" e "para representar as portuguesas e portugueses que anseiam por uma mudança, por um futuro, um novo ciclo de esperança, um novo espaço de conciliação nacional".
Costa teceu depois elogios a António Arnaut, presente na sessão de hoje e mandatário nacional da campanha, lembrando que por duas vezes que concorreu à Câmara de Lisboa teve Carlos do Carmo nesse papel e o fadista havia dito ao socialista que iria avaliar ao longo dos tempos a sua prestação enquanto autarca.
"Regressei com gosto ao método da avaliação contínua", brincou António Costa, acrescentando que agora que concorre a primeiro-ministro, Carlos do Carmo manifestou apoio à sua candidatura.
"Isso quer dizer que passei no exame", prosseguiu Costa, prometendo a Arnaut que se irá encontrar com o histórico socialista "ao longo dos tempos" para se ir verificando, caso o PS ganhe as eleições, "o que está feito e não está feito" no programa com que os socialistas concorrem ao Governo.
Posteriormente, o líder do PS voltou a dirigir-se aos indecisos e possíveis abstencionistas, lembrando o "sofrimento" que o Governo PSD/CDS-PP infligiu nos portugueses nos quatro anos da sua governação.
"Ao ficarem em casa não vão ter menos sofrimento. Arriscam-se a ter ainda mais sofrimento e a ter de engolir calados. No dia da verdade, em que podiam ter resolvido o problema, ficaram em casa em vez de ir à rua e votar", alertou Costa.
E lembrou, depois de prestar cumprimentos a "todas as gerações" de socialistas presentes em Coimbra, de fundadores a elementos da Juventude Socialista: "Não concorremos só para derrotar a direita. Nós somos do contra porque somos por Portugal, pelos portugueses, porque temos ambição para o futuro, com esperança e confiança".