Pedro Nuno Santos e Rui Tavares deixaram promessas de entendimento para um Governo de Esquerda, mas PS insiste numa concentração de votos.
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Numa guerra de “fogo amigo”, Pedro Nuno Santos e Rui Tavares envolveram-se numa discussão sobre o voto útil, mas com promessas de entendimento num Governo de Esquerda. O primeiro avisou que apenas a concentração de votos no PS permitirá derrubar a AD, e o segundo afirmou ao ex-ministro socialista que “não precisa de roubar 50 mil votos ao Livre”.
Na SIC, num clima amigável em que se trataram pelos primeiros nomes e por tu, não evitaram as alfinetadas, sobretudo quando as estratégias eleitorais chocam, com o PS a tentar reunir os votos das esquerdas. Aliás, Pedro Nuno Santos argumentou que, em alguns círculos onde os partidos mais pequenos não conseguem eleger deputados, esses votos seriam suficientes para o PS derrubar a AD. E deu os exemplos do Livre e do Bloco para defender que “é tão importante que não haja dispersão de votos”.
O Livre, que já disse estar disponível para integrar uma solução governativa com Pedro Nuno, se os dois partidos somarem mais votos do que a AD e a IL, respondeu que “a cura de oposição do PS foi muito curta”. E “as pessoas não querem ver o PS sozinho” no Governo com os seus erros e a “sua arrogância”, considerando fundamental o contributo do Livre, que defende audições prévias dos ministros e secretários de Estado no Parlamento, como acontece com os comissários europeus, para identificar conflitos de interesses.
"Equivalência falsa" com Montenegro
Já Pedro Nuno disse haver maior probabilidade de o Livre “influenciar” um Governo do PS, arrancando um sorriso de Rui Tavares.
No arranque, não faltou a averiguação preventiva do Ministério Público que envolve Pedro Nuno, que criticou a motivação das denúncias: “A primeira era intimidar-me, coisa que não conseguem, e a segunda era tentarem fazer uma equivalência que obviamente é falsa”, disse, aludindo a Montenegro, após ter afirmado à chegada que ia apresentar um requerimento para ser ouvido.