PS manifesta "estranheza absoluta" quanto a investigação sobre indemnização a Alexandra Reis
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, manifestou, esta quarta-feira, "estranheza absoluta" quanto ao processo das investigações sobre a indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis, alegando que "passaram quase três anos" de um tema "altamente escrutinado".
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"Não temos grandes comentários a fazer, a não ser, evidentemente, que a estranheza manifestada é a nossa estranheza, mas não temos detalhes sobre a operação em concreto", respondeu Eurico Brilhante Dias aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa no parlamento sobre as comemorações do 25 de novembro.
O líder parlamentar do PS apontou "uma estranheza absoluta" porque houve uma comissão de inquérito, um relatório da Inspeção-Geral de Finanças e "várias etapas de esclarecimento".
"Estranheza é evidente, porque passaram quase três anos, mas não posso adiantar mais do que isso", enfatizou.
Sobre se a estranheza era relativa ao timing das buscas da operação "cheque in", Eurico Brilhante Dias disse apenas que era sobre o "processo em si".
"Mas não tenho mais informação, mas sim, passaram quase três anos de um processo altamente escrutinado mas não posso avançar mais do que isso", disse apenas.
Já sobre a nova versão da lei dos estrangeiros, que deu entrada no parlamento, o líder parlamentar do PS disse que ainda não conhecia "os parâmetros da proposta".
"Nós vamos ter conferência de líderes e vamos ver ainda se, desde o ponto de vista de agendamento, isso será agendado para os plenários de segunda e terça. Penso eu que será essa a possibilidade", remeteu, referindo que o diálogo com o PS sobre esse tema foi nas reuniões públicas com o Governo sobre diversos temas que aconteceram este mês.
Entretanto, através das redes sociais, o ex-ministro Pedro Nuno Santos também reagiu a estas buscas de terça-feira e defendeu que "não foi cometido qualquer crime" pelo Governo na indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis, situação em que "não correu tudo bem" e afirmou esperar brevidade na investigação em curso.
A operação "Cheque In", que hoje motivou buscas na TAP e num escritório de advogados, relacionadas com a indemnização à antiga administradora da transportadora aérea Alexandra Reis, fez já um arguido, adiantou à Lusa fonte ligada à investigação na terça-feira.
A mesma fonte especificou que o arguido pertence à sociedade de advogados onde se realizaram buscas.
Em causa estão suspeitas da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder.
O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e em investigação estão "factos relacionados com a atribuição de indemnização aquando da renúncia de uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP".
Em dezembro de 2022 a TAP esteve envolvida numa polémica devido ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à então administradora Alexandra Reis pela sua saída antecipada da companhia.
Em 31 de maio de 2023 a gestora assegurou ter devolvido nesse dia à empresa 266.412,76 euros, "o montante líquido global indicado pela TAP".