
Conselho Nacional do PSD esteve reunido na quinta-feira à noite em Braga
Foto: Hugo Delgado/Lusa
Os Conselhos Nacionais do PSD e do CDS-PP aprovaram, na quinta-feira à noite, por unanimidade, a coligação Aliança Democrática (AD), que integra ainda o PPM, para concorrer às eleições legislativas de março e europeias de junho. Os termos do acordo político entre os três partidos serão negociados posteriormente.
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Reunidos hoje em Lisboa, os cerca de 150 conselheiros do CDS-PP votaram favoravelmente a concorrer às próximas eleições legislativas e europeias em listas conjuntas com o PSD e o Partido Popular Monárquico (PPM), em todos os círculos eleitorais, bem como a denominação da coligação, a sigla e o símbolo.
O Conselho Nacional dos centristas não deliberou, no entanto, sobre os pormenores desta aliança, mas deu acordo à proposta de mandatar o secretário-geral, Pedro Morais Soares, "para a negociação dos termos do acordo político". Antes do início da reunião, o presidente do CDS-PP tinha indicado que a candidatura em listas conjuntas foi também aprovada por unanimidade pela Comissão Política Nacional do partido.
Por seu turno, o Conselho Nacional do PSD, reunido também esta noite, em Braga, aprovou, por unanimidade, a coligação com o CDS-PP e PPM, mandatando o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, para negociar os termos do acordo. Foi ainda aprovada a abertura dessas listas à inclusão de cidadãos independentes "de reconhecido mérito, provenientes de vários quadrantes da sociedade civil e empenhados no projeto político da Aliança Democrática", a própria designação da coligação.
Na abertura do Conselho Nacional, o líder do PSD, Luís Montenegro, disse que a coligação vai garantir, desde logo, um grupo parlamentar ao CDS-PP, com dois lugares "claramente elegíveis" em Lisboa e no Porto. Ao CDS-PP, estão ainda reservados o 10.º lugar nas listas de Aveiro e o 11.º nas listas de Braga, com hipóteses de eleição. O PPM, por sua vez, terá o 19.º lugar em Lisboa.
"Não é fácil chegar lá, mas se tudo correr dentro daquilo que esperamos em termos de margem de crescimento, é para isso que nós vamos lutar e para também dar uma representação parlamentar ao PPM", acrescentou Montenegro.
Aquando do anúncio, através de um comunicado conjunto, PSD e CDS-PP indicaram que vão valorizar e acolher, entre outras, as ideias do "Manifesto por uma Alternativa Reformista e Moderada", subscrito por "mais de 100 personalidades notáveis da sociedade portuguesa" a apoiar um eventual novo executivo liderado pelos sociais-democratas e pelo seu presidente, Luís Montenegro.
A Aliança Democrática "propõe-se oferecer aos portugueses uma efetiva mudança política e de políticas", prometendo "muito mais ambição para elevados níveis de prosperidade, de crescimento da economia e dos rendimentos e oportunidades para todos os portugueses".
Nome recupera coligação dos anos 80
PSD e CDS-PP anunciaram, a 21 de dezembro, que irão concorrer coligados às eleições legislativas de março e às europeias de junho com uma coligação pré-eleitoral, que recupera o nome Aliança Democrática (a designação das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80) e que vai incluir "personalidades independentes". Na quarta-feira, foi anunciado que também o PPM integrará esta coligação pré-eleitoral, já aprovada pelos órgãos deste partido. Esta é a quarta vez que PSD e CDS-PP irão juntos a votos em legislativas.
Nuno Melo acusa Pedro Nuno de "absoluta impreparação"
O presidente do CDS-PP considerou hoje, no Conselho Nacional, que as declarações do secretário-geral do PS sobre os CTT mostram a "absoluta impreparação" de Pedro Nuno Santos e defendeu que a coligação com o PSD é "estável e credível".
"Esta novela à volta dos CTT só confirma a absoluta impreparação do secretário-geral do PS para ser primeiro-ministro de Portugal", afirmou Nuno Melo em declarações aos jornalistas à chegada à sede do CDS-PP, em Lisboa, onde vai decorrer o Conselho Nacional para aprovar a integração na coligação Alternativa Democrática (AD), com PSD e PPM.
O líder do CDS-PP considerou que "não é normal dizer num dia que o Governo em funções é que tem de dar explicações" e no "dia seguinte dar explicações, dizer que sabia e que concordou" com a compra de ações dos CTT por parte da Parpública. "Revela uma rotina que é a antítese de um paradigma de solidez, estabilidade e sentido de estado numa governação que Portugal precisa", criticou.
Apontando que os portugueses terão de fazer escola em 10 de março, Melo defendeu que é tempo de "mudar de vida". "O que hoje se percebeu a propósito dos CTT é uma rotina que os portugueses não devem querer mais", sustentou, destacando que, em contrapartida, a AD é um "projeto estável e credível, experimentado, que tem em si mesmo muitos quadros com grande capacidade" e constitui uma alternativa que "pode levar Portugal a um rumo diferente".

