O PSD manifestou consternação com a participação cívica dos emigrantes e publicou seis projetos de resolução para solucionar o problema, algo que vai ser discutido em plenário na sexta-feira, dia 7 de fevereiro. Entre as propostas está o voto eletrónico e o voto antecipado em mobilidade, em especial dos emigrantes.
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O grupo parlamentar do PSD recomenda, ao Governo, a avaliação das condições para a introdução do voto eletrónico não presencial e o voto antecipado em mobilidade, referindo que "a participação eleitoral dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro nas eleições presidenciais e nas eleições europeias têm registado níveis muito aquém do que é desejável".
Nas eleições legislativas de 2024, em 1 546 747 inscritos "votaram 333 520 eleitores", o que corresponde a 21,56%, como consta no projeto de resolução do Partido Social Democrata. O caso piorou nas presidenciais de 2021, quando "num universo de 1 476 796 inscritos no estrangeiro, só houve 27 640 votantes (1,88%)"; e nas europeias de 2024, com "1 557 242 inscritos no estrangeiro, apenas 30 975 eleitores exerceram o seu direito de voto (1,99%)", de acordo com dados do Ministério da Administração Interna.
Segundo o partido, as comunidades estrangeiras querem a introdução do voto eletrónico e desenvolveram uma petição, "subscrita por 4246 emigrantes portugueses e apresentada pelo Movimento 'Também Somos Portugueses'".
O voto eletrónico foi, anteriormente, experimentado em Portugal, sobretudo em autárquicas e presencialmente, mas nunca foi oficializado. Nas eleições legislativas de 2005, houve uma experiência de voto online para eleitores recenseados no estrangeiro, contudo, não contou para dados oficiais. Nas eleições europeias de 2019, experimentou-se o voto eletrónico no distrito de Évora.
No caso do voto antecipado em mobilidade para comunidades estrangeiras, nas últimas legislativas apenas foi possível para algumas situações, como foi o caso de estudantes, docentes e investigadores com bolsas no estrangeiro.
Além das duas medidas, o PSD propõe "campanhas de informação junto dos eleitores recenseados no estrangeiro" acerca do modo como podem exercer o seu direito ao voto, e a criação de um portal de apoio a esses eleitores.
A participação cívica e política das mulheres e dos mais jovens é outra preocupação do grupo parlamentar, que sugere apoio ao associativismo jovem e medidas que tenham "em vista a garantia de uma igualdade efetiva entre homens e mulheres no universo das comunidades portuguesas no Mundo". O partido acrescenta a importância da "defesa da família enquanto elemento estruturante da vida em sociedade", nomeadamente, no "combate às situações de violência de género", e no incentivo para a inserção profissional e a "participação cívica, política e associativa da mulher".
O voto eletrónico e por correio é, sobretudo, utilizado em países como o Brasil e os Estados Unidos.