O gabinete de estudos do PSD recebeu, desde final de outubro, 550 propostas de militantes e da sociedade civil para a proposta de programa de governo com que o partido social-democrata se vai apresentar às eleições de outubro e que nos próximos dois meses será apresentada aos militantes e à sociedade civil.
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O número foi avançado, esta terça-feira de manhã, numa conferência de imprensa, pelo diretor do gabinete de estudos, Rogério Gomes, o qual garantiu que o programa de governo do PSD não terá "obsessões eleitorais".
"Connosco não haverá obsessões eleitorais que levem a aumentar ordenados na Função Pública e a baixar pensões para logo, um ou dois anos depois, termos que tirar tudo isso porque a situação económica obviamente não permite", disse o responsável, garantindo que haverá "constância e solidez" nessas medidas e que uma eventual redução da carga fiscal será feita de forma "faseada".
Questionado pelos jornalistas, disse que é "extemporâneo" estar, neste momento, a falar de medidas concretas, como a redução da sobretaxa do IRS, e admitiu que o principal problema do país é o combate ao desemprego e que será dada prioridade à redução dos impostos que favorecem o emprego e o investimento.
Sobre as diferenças em relação à forma como o PS está a preparar o seu programa - também aberto à sociedade civil, o que na semana passada motivou críticas do porta-voz do PSD, Marco António Costa - Rogério Gomes justificou.
Primeiro, no PSD, "há uma estrutura sólida de pensamento" - "não há 55 medidas, algumas contraditórias entre si", disse; e, em segundo lugar, "o desafio que nos é solicitado é muito diferente: ver em que medida conseguimos levar o país para o futuro, sabendo que fomos capazes de o tirar do fundo para a praia".
Rogério Gomes diz que o PS "uma dificuldade muito maior, que é a da credibilidade" e deixa um recado ao maior partido da Oposição. "Têm que assegurar ás pessoas que não vão deitar o país abaixo outra vez", disse.