A maior parte dos portugueses não quer eleições antecipadas, mas, se as houvesse, apenas um terço acredita que o PSD teria condições para ser uma alternativa de Governo.
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E a sua dependência relativamente ao Chega no Parlamento seria uma coisa má para o país (60%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Quanto ao líder social-democrata, Luís Montenegro, não seria melhor primeiro-ministro do que António Costa.
As palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, em março passado, sobre as hipóteses de o PSD chegar ao poder vão ecoar por muito tempo: há uma alternativa aritmética, mas não há uma alternativa política. Os portugueses concordam com o presidente, uma vez que 52% consideram que o PSD não tem condições para ser alternativa ao atual Governo (65% no caso dos mais velhos) e apenas 33% respondem que sim. A sentença é unânime em todos os segmentos regionais, etários e sociais da amostra. Única exceção, os eleitores sociais-democratas, com 68% a inclinarem-se para o sim e 22% para o não.
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Se o PSD não está pronto para ser uma alternativa, não surpreende que Montenegro fique a perder quando se faz a comparação com Costa. A resposta com maior adesão é a que decreta que seria pior primeiro-ministro que o socialista (36%). Só um em cada cinco inquiridos aponta que seria melhor (22%). Sem surpresa, o melhor resultado do presidente do PSD é entre os eleitores do seu partido (60%). Ainda assim, 35% dos que votaram no PSD consideram que seria um primeiro-ministro igual ou pior do que Costa.
Dependência do Chega
Os portugueses acompanham Marcelo Rebelo de Sousa na sua leitura sobre as dificuldades de uma alternativa política e estão também maioritariamente preocupados com a alternativa aritmética à Direita. Confrontados com o cenário hipotético de um PSD dependente do Chega para obter uma maioria parlamentar, 60% respondem que seria uma situação má para o país (muito má para 41%). Os mais preocupados são os eleitores à Esquerda, mas é também este o sentimento dominante entre os Liberais (61%) e os eleitores do PSD (50%). Ao contrário, 20% consideram que esse condicionamento seria uma coisa boa. Sobretudo os que votaram no Chega (68%). No que diz respeito aos eleitores sociais-democratas, são 28% que também encaram a situação como positiva para o país.
Há também uma maioria clara (61%) que quer ver clarificada a posição de Montenegro quanto a um eventual apoio parlamentar do Chega a um futuro Governo do PSD. A percentagem de eleitores sociais-democratas que quer essa clarificação é também muito elevada (59%).