Apesar de se tratar de um congresso estatutário, o presidente da mesa, Miguel Albuquerque, desvalorizou essa vertente e avisou que tudo irá fazer, ao longo do dia, para que o conclave “seja eminentemente político”. Mas há congressistas que não gostam dessa pressa.
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“O PSD tem a obrigação de apresentar uma alternativa para o país”, disse, na abertura dos trabalhos, Miguel Albuquerque, lembrando aos militantes que Portugal vive “um momento crucial”.
“Para quem duvidasse que o PSD era um partido uno e coeso, temos apenas uma única proposta de revisão estatutária. Isso é um grande exemplo de coesão”, salientou, por sua vez, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, pedindo que a proposta da Comissão Política Nacional seja votada em bloco.
Mais tarde, Miguel Albuquerque enalteceu o facto de os militantes terem “revelado uma grande maturidade” por apenas se terem inscrito para falar sobre as 66 propostas de revisão estatutária 11 congressistas.
Contudo, essa vontade de despachar a discussão estatutária à pressa e de apenas ter sido aceite a proposta da Comissão Política Nacional foi motivo de críticas por parte de alguns congressistas.
André Pardal, conselheIro nacional, defendeu que há muito tempo que o PSD se debate "com sérios problemas estruturais" e este processo de revisão estatutária poderia ser "fundamental para modernizar o partido e abri-lo à sociedade civil".
"Infelizmente este caminho de abertura não foi seguido pela CPN", disse, lamentando que o congresso tenha sido marcado apenas para um dia e que a CPN queira mudar "a espinha dorsal" do partido pela "calada da noite".
Pardal lamentou que a direção do partido não tenha aproveitado esta revisão estatutária para inscrever nos estatutos a possibilidade de haver eleições primárias abertas a não militantes para a escolha do líder do PSD.
"Mais do que as estruturas do país, precisamos de ganhar o país fora das estruturas do PSD", defendeu o conselheiro nacional, lamentando que um processo tão fundamental para o futuro do partido e do país não tenha sido discutido com os militantes e muito menos com o país.
Montenegro confiante
A decisão de votar os estatutos em bloco foi aprovada por maioria e a proposta da CPN também foi aprovada pela maioria dos congressistas, ainda não eram 12.45 horas.
Luís Montenegro pediu a palavra para agradecer de forma especial o contributo dado por Paulo Colaço, Miguel Pinto luz, Hugo Soares, Matos Correia em todo o trabalho que conduziu a esta proposta.
"Sinto-me imensamente grato e ainda mais confiante com a demonstração de unidade", disse, respeitando todos os que não concordam, na generalidade ou na especialidade, com as alterações que foram apresentadas.
"O PSD é um partido que se está a projetar para nos próximos anos ser ainda mais forte e mais coeso e é com esta força que nós vamos disputar e vencer as eleições", garantiu Montenegro.