O PSD vai votar a favor das propostas do Chega e da Iniciativa Liberal para constituir uma comissão de inquérito ao Serviço de Informações e Segurança (SIS), no caso da recuperação do computador levado pelo ex-adjunto de João Galamba. Mas a maioria socialista vai chumbar as iniciativas, que serão votadas na sexta-feira. A Oposição defendeu, em debate no Parlamento, que a atuação das Secretas a 26 de abril não tem "fundamento legal".
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A deputada do PSD Mónica Quintela afirmou que, apesar de o partido ter optado por não propor uma comissão de inquérito ao SIS, vai votar a favor das propostas apresentadas pelo Chega e IL, por considerar que as Secretas "não podem atuar como uma polícia ou polícia privada do Governo". "Não há nenhuma fundamentação legal para a apreensão do computador", disse.
Apesar do voto favorável dos sociais-democratas, as duas propostas vão ser chumbadas pelo PS, que tem a maioria no Parlamento. O deputado socialista Pedro Delgado Alves argumentou que uma comissão de inquérito ao SIS poderia pôr em causa a "credibilidade" das Secretas, lembrando que o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) irá novamente prestar esclarecimentos aos deputados.
"Estancar deterioração"
Mónica Quintela disse ainda que "João Galamba é um peso morto no Governo" e lamentou a "teimosia e arrogância do primeiro-ministro". Na semana passada, o presidente do PSD enviou uma carta a António Costa, onde ameaçou retirar a confiança política às Secretas, depois do incidente a 26 de abril. O chefe de Governo acusou Luís Montenegro de querer usar o SIS para "combate político".
A Oposição insiste que a atuação do SIS na recuperação do computador levado por Frederico Pinheiro, e que teria informação classificada, é "ilegal". O presidente do Chega disse tratar-se uma "utilização abusiva" do SIS por parte do Governo. Já o líder parlamentar da IL reforçou ser necessário "estancar a deterioração" das Secretas.