O PSD Madeira deverá anunciar, esta terça-feira à tarde, um acordo com o PAN de forma a garantir a governabilidade no arquipélago, depois de as eleições regionais terem deixado o partido a um deputado da maioria absoluta.
Corpo do artigo
O impasse com os animalistas terá sido resolvido na segunda-feira ao fim da tarde, sendo que o acordo deverá permitir a Miguel Albuquergovernar. Em princípio, o entendimento é apenas de incidência parlamentar, não implicando a participação do PAN no Governo regional. Relativamente à IL, a intenção de Miguel Albuquerque será também continuar a negociar com os liberais.
Logo após os resultados, Inês Sousa Real mostrou-se disposta a “ouvir” o que Miguel Albuquerque teria a dizer. A cabeça de lista, Mónica Freitas, deixou claro que não rejeitaria uma coligação pós-eleitoral com PSD e CDS: “As portas estão todas abertas”, afirmou.
Há uma certeza: o PSD não governará com o Chega “porque não precisamos”, afirmou o líder social-democrata, Luís Montenegro.
A única confirmação oficial de que há abertura para negociar com IL e PAN veio do líder do CDS Madeira, que integra a coligação vencedora com o PSD. Rui Barreto justificou, na segunda-feira, que tanto os liberais como os animalistas são “relativamente próximos ideologicamente” do CDS.
“Não fechamos a porta nem a um nem a outro, ou um e outro”, disse Rui Barreto. Recorde-se que, quando os centristas estavam no Parlamento nacional, protagonizaram discussões acesas com o PAN devido às touradas, que o CDS defende e o PAN quer erradicar.
PSD exclui Chega
Já o líder do Governo regional prometeu, na noite das eleições, apresentar uma solução governativa “nos próximos dois dias” - ou seja, até esta terça-feira. “Estou em condições de, nos próximos dias, apresentar um Governo de maioria parlamentar”, assegurou. Contudo, na altura, Albuquerque não revelou com que partido (ou partidos) contaria para governar. Garantiu apenas que o Chega, que elegeu quatro deputados, está excluído “em qualquer circunstância”.
Também na noite eleitoral, Luís Montenegro salientou que o PSD não governará com o Chega. O líder laranja procurou usar o exemplo madeirense para provar que o partido de extrema-direita não é fundamental para as soluções governativas, frisando que o que ocorrerá na Madeira - PSD no poder sem o Chega - também “vai ou pode acontecer no país”.
No domingo, o líder da IL, Rui Rocha, manifestou “total disponibilidade” para negociar com a coligação PSD/CDS. “Não será pela IL que a Madeira não terá uma solução de estabilidade governativa para os próximos tempos”, vincou.
O deputado eleito pelos liberais, Nuno Morna, disse querer assumir o papel de “adulto na sala” e que, como tal, as portas da IL “estarão sempre abertas” à negociação. Contudo, garantiu que o partido não fará parte de “nenhum executivo regional”, comprometendo-se a negociar “medida a medida, orçamento a orçamento”.