Pulseira geolocalizadora deve ser opção em caso de doentes com demências
Responsáveis defendem que hospitais ponderem o uso destes recursos para evitar fugas, bem como assegurem o direito ao acompanhamento "obrigatório".
Corpo do artigo
Desde 2020, três pessoas com demência saíram sozinhas de hospitais, perderam-se e foram encontradas dias ou meses depois mortas nas redondezas. Duas tiveram alta sem que a família fosse avisada e, no caso mais recente, a utente entrou com o marido na urgência do São Francisco Xavier, mas não deixaram que fosse acompanhada. Para que situações destas não se repitam, “o uso de pulseira eletrónica e videovigilância, obrigatórios nas maternidades desde 2009, deve ser equacionado”, defendeu ao JN Fernando Regateiro, coordenador da Comissão para a Humanização dos Cuidados de Saúde, recentemente criada.
Para Manuel Caldas de Almeida, coordenador da comissão executiva do Plano Nacional de Saúde para as Demências, “ter um kit ou dispositivo de localização é importante” nos equipamentos de saúde e “na comunidade”. Admite que “poderá levantar questões éticas”, mas, frisa, “a proteção da pessoa pesa muito”. “Parece-me que ninguém terá objeções a algo que é para dar segurança às pessoas”, afirmou.