Acumular é rápido e fácil e, por isso, a moderação é para aqui chamada. Não se trata de uma questão de espaço, é mais uma questão de cabeça. E de outras coisas: criatividade, aprendizagem, diversão, interesses, características.
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Haverá uma linha que determina o número exato de brinquedos que uma criança deve ter para além da qual se passa para o domínio do excesso? Não, não há. Aliás, o exagero é um conceito subjetivo. Se houve tempos e gerações em que os brinquedos eram uma preciosidade, estimados até ao último dia útil das suas vidas, hoje são mais banais, oferecidos em todas as festas. Um aniversário e prendas sem fim, de amigos, da família. No Natal, mais uma batelada de objetos para brincar. Como gerir tamanha oferta? A quantidade interfere no desenvolvimento dos mais novos? Quantos mais, maior desinteresse?
Inês Afonso Marques, psicóloga clínica, autora do livro “A brincar também se educa”, recorda que antigamente não havia tanta variedade e oferta. Hoje os brinquedos estão em todo o lado: supermercados, livrarias, papelarias, postos de correio, estações de serviço, lojas, Internet. “Hoje as crianças têm acesso aos brinquedos com uma facilidade imensa e, muitas vezes, é difícil de controlar.” O que tem impacto. “Muitos brinquedos novos, a surgir a todo o momento, dificultam que as crianças se relacionem emocionalmente com eles e que escolham aqueles que estimulam o seu interesse e a sua imaginação”, avisa.