Portugal não escapa à tendência europeia, com o Chega a receber cerca de um em cada oito euros doados aos partidos.
Corpo do artigo
Entre 2019 e 2022, os partidos de direita radical receberam 97 milhões de euros da quantia total de 662 milhões que os principais partidos da União Europeia acumularam em donativos de particulares, empresas e outras organizações.
Segundo avança esta quinta-feira o jornal "Público", a fatia de financiamento dos privados atribuída à direita radical é de 15%, sendo que Portugal mantém a tendência, com o Chega a arrecadar cerca de um em cada oito euros doados aos partidos.
As conclusões são da investigação "Transparência: o financiamento partidário na UE", desenvolvida por um consórcio liderado pela plataforma "Follow the Money".
A verba total de financiamento europeu entre 2019 e 2022 aproxima-se dos sete mil milhões de euros para os 281 partidos da União Europeia e do Reino Unido incluídos nos cálculos. Este bolo inclui doações, subvenções, quotas e outras fontes de rendimento.
Apesar de estar longe de ser o que recebe mais dinheiro de privados, o Chega viu o seu financiamento crescer de forma exponêncial nos útimos quatro anos. De acordo com o mesmo jornal, em 2019, quando nasceu, o partido teve 21 mil euros, 3,38% do total nacional. No ano seguinte, 77 mil euros, 25% do bolo. Em 2021, ano de autárquicas, 266 mil euros, seguindo-se um 2022 mais modesto, com apenas 58 mil euros doados.
Entre 2019 e 2022, o PS e PSD encabeçaram a lista de financiamento, com cerca de um milhão de euros cada, seguidos do CDS com 466 mil euros e da Iniciativa Liberal com 447 mil euros.