Quase 200 peregrinos cabo-verdianos e angolanos, que participam na Jornada da Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, não compareceram na Diocese Leiria-Fátima, revelou hoje o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Corpo do artigo
Em conferência de imprensa, a inspetora coordenadora superior do SEF, Cláudia Rocha, revelou que são 195 jovens, dos quais 168 cabo-verdianos e 27 angolanos. O mais novo destes participantes, que estavam inscritos em atividades na Diocese de Leiria-Fátima, tem 19 anos. "Não compareceram no local onde deviam estar nas suas atividades, mas não significa que não estejam autorizados a permanecer no território", afirmou Cláudia Rocha.
Fonte da embaixada de Angola em Lisboa revelou que, "oficialmente", a instituição "não foi informada da situação, nem pela organização da JMJ nem pelas autoridades portuguesas. "O que sabemos é pela comunicação social e também pelas declarações do senhor bispo de Cabinda", adiantou, frisando que os jovens "têm visto de permanência de 30 dias", pelo que, "do ponto de vista legal, só podem ser acionadas medidas findo esse prazo".
Diácono que acompanha jovens diz que ninguém está desaparecido
O diácono José Manuel Vaz, que acompanhou uma das quatro delegações oriundas da ilha de Santiago que, entre 25 de julho e a quarta-feira passada, chegaram a Lisboa, mostrou o seu espanto com as notícias que dão conta de um desaparecimento de peregrinos cabo-verdianos e angolanos, assegurando que "ninguém está desaparecido" e que alguns peregrinos optaram por ficar na capital em vez de participar nas atividades em Leiria.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa de hoje a domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que contará com a presença do Papa Francisco. O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa na manhã de quarta-feira, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.