No próximo ano letivo, o número de alunos que deixa de usar livros em papel passa de 3700 para cerca de 12 mil.
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No próximo ano letivo, cerca de 12 mil alunos vão levar para as aulas computador ou tablet em vez de livros em papel. Este ano letivo, 24 agrupamentos tinham turmas que estudavam com manuais digitais. No próximo ano, serão 66, revelou ao JN o Ministério da Educação.
O projeto-piloto de manuais digitais envolvia cerca de 190 turmas, 700 professores e 3700 alunos do 3.º ao 11.º ano. No próximo ano, revelou o ME, com base nas candidaturas feitas pelas escolas, serão mais 42 agrupamentos. E a estimativa é que o número de alunos chegue aos 12 mil.
O alargamento do projeto está a ser realizado através da evolução do percurso das turmas, da entrada de novas e de mais agrupamentos. A adesão não é obrigatória mas a intenção do Governo é a de generalizar o uso de manuais digitais a todas as escolas do país.
Menos peso nas mochilas
O Agrupamento Dr. Costa Matos, em Gaia, é um dos 42 que, em setembro, aderem aos manuais digitais em duas turmas, uma do 5.º e outra do 7.º ano, revela o diretor Filinto Lima. A decisão, como em outros agrupamentos, foi a de aplicar a medida de forma faseada, começar por algumas turmas e ir alargando.
"Tínhamos de aproveitar os portáteis que foram distribuídos por alunos e professores, mas preferimos ir testando a reação deles. Por isso, vamos começar com estas duas turmas que têm professores que já recorrem a materiais digitais nas suas aulas", explica Filinto Lima. Para o também presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), apesar de poder demorar mais tempo, o projeto receberá maior adesão pelas escolas se não for obrigatório. Na próxima semana começam as reuniões com as editoras sobre a exploração dos manuais e restantes materiais. Os professores têm de ter formação para potenciarem o uso destas ferramentas.
Outro benefício, aponta, é a redução do peso das mochilas. "Já estou a imaginar, no futuro, os alunos a irem para a escola com as lancheiras e o portátil debaixo do braço. É uma evolução no ensino", diz Filinto Lima.
A avaliação ao projeto-piloto de desmaterialização dos livros alerta para a necessidade de reforço da rede de Internet das escolas para se concretizar a generalização do uso dos manuais digitais. O estudo, coordenado por José Lagarto, da Universidade Católica, recomenda que, além dos professores e alunos, também os pais possam ter formação para conseguirem apoiar os filhos no ensino digital.
Exames nacionais
Já houve alunos a fazer provas de aferição em formato digital. No próximo ano, os exames do 9.º serão feitos em computador e até 2025 passarão a ser também os do Secundário. É uma das medidas do Plano de Recuperação e Resiliência que tem uma dotação de 12 milhões de euros.
Wi-fi em todo o lado
O objetivo é que em todos os espaços escolares haja cobertura wi-fi. O custo desse reforço das redes está estimado em 25 mil euros por escola, num total de 110 milhões de euros.
Aptidão aeróbica
Até ao final de 2023, está prevista a generalização de recursos digitais para a monitorização da aptidão aeróbica, capacidade corporal e aptidão neuromuscular na disciplina de Educação Física e no desporto escolar.
1300 laboratórios
Por cada 500 alunos prevê-se a criação de um Laboratório de Educação Digital. Estão previstos 1300 que terão equipamentos como impressoras 3D, kits de robótica ou máquinas a laser.