Quase um quinto dos jovens médicos optou por não concorrer à especialidade. Do total de 1883 que acabaram o internato, só 83% foram colocados. Para a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e para o bastonário da Ordem dos Médicos o número mostra que “desistem” do SNS logo no início da carreira.
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Os resultados do concurso foram divulgados ontem. Este ano, foram abertas 2242 vagas, tendo sido preenchidas 1836, “o maior número de colocados de sempre”, frisa a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Contudo, 15 das 48 especialidades não conseguiram preencher a totalidade das vagas, ficando 406 por ocupar, um número também recorde, frisam em uníssono FNAM, Ordem e Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
“É dramático. Os jovens médicos não se reveem neste modelo e desistem do SNS precocemente, preferem emigrar ou ficar como prestadores de serviços”, lamenta Joana Bordalo e Sá. Significa que “não basta abrir o maior número de vagas, é preciso dar condições”, insiste a presidente da FNAM, que amanhã tem uma nova reunião negocial com o Governo.