O presidente da República já está bem e saiu do hospital de Santa Cruz, após ter desmaiado, nesta quarta-feira, numa visita a uma faculdade, na Caparica. À saída, Marcelo contou que foi "uma quebra de tensão repentina" mas está "muito melhor". Saiu com um aparelho para um exame Holter, eletrocardiograma de 24 horas.
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Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que vai manter parte da sua agenda, deixando algumas iniciativas em aberto, e admitiu que poderá abrandar um pouco dependendo do seu estado na quinta-feira. Sobre a quebra de tensão, explicou que não almoçou e tomou apenas, como habitualmente, o Fortimel, um suplemento nutricional. Na iniciativa da tarde, bebeu um "moscatel quente" que "deve ter interagido com a digestão do Fortimel".
O presidente da República contou que, quando recebeu o telefonema do primeiro-ministro, lhe disse: "Olhe, ainda não é desta que eu morro". Marcelo explicou que têm "uma brincadeira, que é saber quem faz o elogio fúnebre do outro". Costa garantiu-lhe que "teria um grande desgosto".
Miguel Mendes, diretor clínico do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, já tinha afirmado durante a tarde aos jornalistas que Marcelo Rebelo de Sousa estava "muito bem" e "na plena posse das suas capacidades". E explicou que os principais testes e exames têm "resultados normalíssimos", mas sem adiantar quando terá alta.
"Com os elementos que temos já estamos tranquilos. Faltam apenas alguns para sermos precisos", confirmou depois o presidente do hospital, explicando não haver, até ao momento, qualquer razão que impeça o presidente de continuar com a sua vida normal, cumprindo a agenda de Belém. Até porque admitiu ser impossível contrariar a forma de ser enérgica de Marcelo.
Também o primeiro-ministro, que falou com o presidente da República, disse que é "inútil" dizer-lhe para "abrandar o ritmo".
Em declarações aos jornalistas, António Costa garantiu que Marcelo estava "muito otimista de que irá poder sair (do hospital) ainda hoje ao fim do dia" e que "já foi ele a atender o telefone e estava bastante bem disposto".
Antes, numa informação prestada por escrito, cerca das 15.45 horas, a Presidência da República referiu que "o Presidente da República teve uma indisposição após uma visita na Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, e foi ao Hospital de Santa Cruz por precaução".
A visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Almada, não constava da agenda pública do chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto para hoje às 17 horas uma iniciativa com alunos, no Jardim Botânico Tropical, em Lisboa, iniciativa também fora da sua agenda enviada à comunicação social.
Em 28 de dezembro de 2017, o Presidente da República foi operado de urgência a uma hérnia umbilical, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, o que o obrigou a cancelar a sua agenda até 1 de janeiro.
Em 23 de junho de 2018, Marcelo Rebelo de Sousa sentiu-se mal à saída da Basílica do Bom Jesus, em Braga, e foi amparado por elementos do seu gabinete. O chefe de Estado foi observado no Hospital de Braga, onde lhe foi diagnosticada uma gastroenterite aguda, informou na altura a Presidência da República.
Em 30 de outubro de 2019, deu entrada no Hospital de Santa Cruz, em Oeiras, para fazer um cateterismo cardíaco que, segundo a equipa médica, confirmou "a existência de obstruções coronárias importantes que foram tratadas no mesmo procedimento, com sucesso e sem complicações", tendo tido alta hospitalar no dia seguinte.
Em 05 de novembro de 2021, a Presidência da República informou que Marcelo Rebelo de Sousa tinha feito exames médicos "do foro cardiológico" que "confirmaram a estabilidade e os bons resultados da angioplastia coronária feita há dois anos".
Em 15 de dezembro de 2021, foi operado, com sucesso, a duas hérnias inguinais no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa.