Os radares colocados nas estradas portuguesas fiscalizaram, no ano passado, quase 130 milhões de viaturas, o que dá uma média superior a 350 mil carros por dia. O número consta do relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária de 2022 da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgado ontem, que também regista uma diminuição do número de acidentes e de vítimas, leves e graves.
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Em comparação com 2019, que foi o último ano sem condicionamentos de tráfego motivados pela covid-19, o número de veículos fiscalizados através de radar aumentou 47%. "Esta variação deve-se ao crescimento no sistema de radares SINCRO gerido pela ANSR", identifica o relatório. A fiscalização presencial também subiu, mas apenas 11%, para cerca de 7 000 veículos por dia. É menos de 2% do total de automóveis fiscalizados no ano passado.
Como há mais radares, também há mais multas por excesso de velocidade. No ano passado foram multados 2402 "aceleras" por dia, o que é mais 33% do que em 2019, ano em que se registaram 1813 multas por dia.
Sobe álcool e velocidade
Em termos globais, ao longo do ano passado, foram registadas um milhão e 480 mil infrações, contra um milhão e 416 mil em 2019. Trata-se de um aumento de 4,5%, sobretudo devido à subida do número de multas por excesso de velocidade, mas também por causa do álcool. O aumento do número de condutores apanhados com álcool a mais foi de 20%, de 28 595 para 34 475 entre 2019 e 2022.
Quanto à sinistralidade rodoviária, todos os indicadores melhoraram relativamente ao ano de 2019. "Registaram-se menos 2 976 acidentes (-8%), menos 47 vítimas mortais (-9%), menos 96 feridos com gravidade (-3,8%) e menos 4 830 feridos leves (-10,7%)", salienta a mesma autoridade.
O mês de agosto continua a ser o que regista mais acidentes, mortes e feridos na estrada. A sexta-feira é, em média, o dia mais acidentado, mas o domingo é o mais fatal. É ao fim da tarde que há mais acidentes e mortes, ainda que o número de vítimas mortais de madrugada, entre a meia-noite e as 9 horas, tenha duplicado entre 2021 e 2022.
Pior foi na Mealhada
O acidente mais grave de 2022 foi em maio, na A1, na Mealhada. Um autocarro com peregrinos de Guimarães ia em direção a Fátima quando se despistou, causando três mortes e 36 feridos, cinco deles graves.
EN são mais fatais
Dois em cada três acidentes ocorrem em arruamentos, mas é nas estradas nacionais que o número de vítimas é maior. Em 2022 morreram 148 pessoas nestas vias, o que dá 30% das mortes daquele ano.