Houvesse hoje eleições e o Chega poderia passar a ser pelo menos o quarto maior partido do Parlamento. O estudo da Pitagórica para o JN não estima o número de deputados, mas, cruzando a implantação do partido, em termos regionais, com a dimensão dos círculos eleitorais, percebe-se que poderia chegar a um número próximo da dezena de deputados.
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A sua força percentual é maior no Sul do país (10,4%), mas isso de pouco lhe valeria. Mais importante são os 7% no Norte (que talvez rendesse um lugar por Braga), os 7,1% no Centro (suficiente para um eventual deputado por Aveiro), os 4,1% do Grande Porto (porventura valeria dois deputados), e os 4,8% da região de Lisboa (com a eleição de três a quatro deputados nos círculos de Lisboa e Setúbal). Sendo que estes valores correspondem a intenção direta de voto. Com a distribuição de indecisos, por exemplo, o resultado projetado seria sempre superior.
Mas de onde vem esta súbita força eleitoral do partido de André Ventura? São sobretudo homens (8,5%), da faixa etária dos 35/44 anos (10,4%) e 45/54 anos (8%), bem distribuídos pelos vários escalões de rendimento. Eleitores que até aqui votavam noutros pequenos partidos, ou optavam pelo voto em branco ou nulo (quase metade do eleitorado potencial), mas também antigos sociais-democratas (são quase um terço dos que agora optam pelo apoio ao Chega). Acresce que, não tendo o mesmo peso, é significativo que o partido de direita radical colha entre todos os outros partidos tradicionais, incluindo os que fazem parte do bloco mais à Esquerda.
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