Raimundo lembra a PS problemas não resolvidos no SNS, Pedro Nuno acusa PCP de "erro histórico"

A abstenção do PS no Orçamento do Estado da AD, em novembro, foi um dos pontos de maior tensão entre Pedro Nuno Santos e Paulo Raimundo no debate desta noite. O líder socialista acusou o PCP de “cometer um erro histórico” ao tentar colar o PS ao Governo de Montenegro. Já o secretário-geral comunista disse que os socialistas não vão contar com o apoio do PCP, caso continuem no “mesmo rumo”.

O tempo da gerigonça – o acordo do PS com o BE e o PCP, que permitiu aos socialistas governar o país entre 2015 e 2019 – poderá ser uma matéria do passado. O debate começou calmo, mas depressa se notaram as visões diferentes de PS e PCP para o futuro e as perceções opostas sobre o que aconteceu nos últimos anos na vida política e social do país.

Pedro Nuno Santos trouxe Luís Montenegro para o debate, ao referir que a situação no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é “um dos maiores falhanços do Governo da AD”. Paulo Raimundo notou que os problemas não podem ser resolvidos de um “dia para o outro”, mas acusou o PS de não ter feito o suficiente para valorizar as carreiras e as condições de trabalho dos profissionais do SNS. “Pedro Nuno Santos sabe que podíamos ter resolvido”, disse.

Não comenta dados

O secretário-geral do PS e o do PCP admitiram que a economia portuguesa precisa de trabalhadores estrangeiros, caso contrário, “não funciona”. Pedro Nuno Santos não comentou os dados revelados pelo JN, a 18 de abril, que dão conta de que 120 mil imigrantes entraram em Portugal sem que fossem verificados os seus registos criminais, durante o Governo PS. “Não tenho como confirmar esses dados”, referiu.

Paulo Raimundo declarou que o PCP quer que os imigrantes entrem em Portugal “de forma regularizada” e, para tal, é necessário dotar a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) dos meios necessários.