Raimundo sugere “patins” aos que não cumprem promessas em sessão de mobilidade
O secretário-geral do PCP sugeriu este domingo que poria uns “patins - e bem oleados" - àqueles que não cumprem as promessas, numa ação da CDU sobre mobilidade em Lisboa.
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Na estação fluvial do Terreiro do Paço, numa ação focada nas questões de mobilidade, Paulo Raimundo disse que aqueles que “não cumprem o que prometem” e cujas opções favorecem sempre os “poucos que concentram em si a riqueza” deveriam ter “uns patins – e bem oleados -, daqueles que rolam mesmo depressa”. Esses "eram excelentes patins para esses que fazem promessas, promessas e promessas e não cumprem nada na vida das pessoas não têm razões para cá estar", disse. "Desses, o povo está farto e justamente farto”, acrescentou.
O líder comunista falava aos jornalistas no final da ação, onde apareceu ao lado de João Ferreira, candidato da CDU à Câmara de Lisboa, tal como na campanha em Évora esteve acompanhado de João Oliveira, candidato ao município daquele concelho. Antes de intervir, falaram quatro membros do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), que integra a Coligação Democrática Unitária (CDU).
Se em Setúbal Paulo Raimundo apontou para a eleição de Heloísa Apolónia do PEV, número três na lista, hoje, em Lisboa, mostrou-se confiante no reforço da votação na CDU para conseguir eleger Mariana Silva, do PEV, número quatro da CDU por aquele círculo eleitoral. Mariana Silva considerou que o investimento na mobilidade “é um investimento na saúde e na economia familiar”, exigindo um “sério investimento nos transportes públicos”, face ao “atraso” que o país enfrenta nesse setor.
Ao longo da sessão, foi defendido investimento na ferrovia, com especial atenção para a Linha de Sintra, o alargamento do metro, mais segurança para os utilizadores de bicicleta e melhoria das condições da mobilidade pedonal em toda a Lisboa.
"Não há defesa do ambiente contra a vida das pessoas"
O secretário-geral do PCP defendeu ainda que “não há defesa do ambiente contra a vida das pessoas”, recordando a criação do passe único de transportes em 2019, pela mão da CDU. Paulo Raimundo defendeu mais investimento em mobilidade e recordou a criação do passe único de transportes nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa, em 2019, no tempo da chamada geringonça, numa medida exigida pelos comunistas junto do Governo liderado pelo PS.
Para o secretário-geral do PCP, esse passe intermodal foi “uma medida fundamental”, com impacto na defesa do ambiente e na retirada de automóveis das estradas e que “fez uma coisa ainda mais espetacular”, ao retirar “um peso financeiro das famílias”.
“Ora, não há defesa do ambiente contra a vida das pessoas. O ambiente defende-se com a vida das pessoas. Dando condições às pessoas, nós teremos um exército maior para defender o ambiente”, disse, discursando na sessão, em que, com a exceção de Paulo Raimundo, apenas falaram membros do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), que integra a Coligação Democrática Unitária (CDU).
O líder comunista vincou que a criação do passe intermodal foi “uma batalha durante 20 anos”, em que muitos diziam que “não havia condições financeiras” para a aguentar. Agora, Paulo Raimundo propõe que essa medida seja replicada pelo resto do país.
“Nós não precisamos que levem 20 anos para impor em todo o país. Queremos mais força para impor o mais rapidamente possível [a medida] em todo o país”, disse, considerando que o alargamento da medida terá de ser acompanhado de investimento em infraestruturas e transportes públicos.
Ao longo do discurso, Paulo Raimundo defendeu o regresso do PEV ao Parlamento e, sem fazer referência a outros partidos, considerou que aquele parceiro da CDU olha para o ambiente não como “uma peça”, mas como “uma matéria transversal que precisa de respostas transversais para responder às necessidades de hoje”.
“Não é possível […] que se trate de questões ambientais como se fosse uma coisa única e lá em cima. As questões ambientais, a defesa da natureza, o combate contra as alterações climáticas, fazem-se no concreto, no dia-a-dia, em todas as frentes”, disse, considerando as propostas nos transportes e mobilidade um sinal “dessa transversalidade”.