Reunião decorre na quinta-feira. Na terça-feira esteve com Passos e foi encorajado por Pinto Luz. Moedas não toma partido.
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O eurodeputado Paulo Rangel está a guardar-se para revelar amanhã, no Conselho Nacional do PSD, se é candidato às eleições diretas do partido, em janeiro. No entanto, foi na terça-feira encorajado durante a cerimónia de apresentação de um livro de Miguel Pinto Luz, em Lisboa. O antigo candidato a líder do PSD pediu a saída de Rio e considerou que Rangel "encaixa" no perfil para lhe suceder. Também o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o recém-eleito autarca de Lisboa, Carlos Moedas, estiveram no local. Este último, um dos vitoriosos das autárquicas, garantiu que será neutro nas diretas.
"Não vou falar agora aqui sobre isso", foi repetindo Paulo Rangel aos jornalistas, primeiro ao chegar ao local e, depois, no final da cerimónia. Contudo, garantiu que vai ao Conselho Nacional - cuja lista encabeçou em 2020 a convite de Rui Rio - cuja agenda prevê a análise dos resultados das autárquicas e a marcação da data das diretas e congresso.
Passos foi ainda mais lacónico: "Não venho aqui para falar", atirou, momentos antes de se sentar na primeira fila, do lado direito de Rangel. Moedas, escolhido por Rio para concorrer à Câmara de Lisboa, assegurou que não irá apoiar ninguém nas diretas. Sentou-se do lado esquerdo de Rangel.
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Questionado sobre se o eurodeputado tem o que é preciso para suceder a Rio, Miguel Pinto Luz afirmou que "é um militante que encaixa nesse tipo de perfil". No entanto, lembrou que "há outros que ainda não sinalizaram" se querem ou não candidatar-se. "Aguardemos", pediu.
Rio: "sectário e passivo"
Sobre Rio, o vice-presidente da Câmara de Cascais não tem ilusões: "Precisamos de um líder que seja mais afirmativo e não tão passivo na oposição, que seja capaz de unir outra vez o PSD e, portanto, que não seja sectário e que tenha uma visão global do mundo, com densidade intelectual", afirmou.
O lançamento contou com a presença de vários nomes ligados ao passismo, como os ex-ministros Miguel Relvas e Maria Luís Albuquerque ou Marco António Costa, antigo braço-direito de Passos Coelho. "São meus amigos", justificou Pinto Luz. Estiveram ainda Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro, o ex-líder Luís Filipe Menezes e Pedro Mota Soares, antigo ministro de Passos e militante do CDS.