O Governo mantém que quer avançar ainda este ano com o rastreio ao cancro do pulmão. Em resposta ao JN, o Ministério da Saúde (MS) adianta que os “trabalhos relacionados com o alargamento das iniciativas de rastreio ao cancro do pulmão encontram-se em curso, esperando-se que este possa iniciar-se em 2023”.
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Esta análise, refere, “considera as recomendações do Conselho da União Europeia, tendo em vista a atualização das orientações de 2003 sobre os programas de rastreio e os recursos e modelos de organização disponíveis no sistema de saúde”.
O MS refere que o objetivo é “tratar cada vez melhor os doentes oncológicos, diminuindo a mortalidade associada à doença e aumentando a qualidade de vida dos doentes e dos sobreviventes, apostando para isso na prevenção da doença e em medidas de deteção e de diagnóstico precoce”.
Já antes o ministro Manuel Pizarro havia referido que os dados da mortalidade por este tipo de cancro, assim como o da traqueia e brônquios, mostram a “urgência” de se tomarem medidas e adiantou que o Governo pretende antecipar a meta europeia de rastreios de cancro.
O cancro do pulmão não é exclusivo de fumadores, mas está muito associado ao tabagismo (85% dos casos) e geralmente é diagnosticado numa fase muito avançada. O rastreio deverá abranger pessoas entre os 54 e 75 anos, que tenham tido uma determinada carga tabágica ou que tenham deixado de fumar há menos de 15 anos.
Hoje assinala-se o Dia Mundial do Cancro do Pulmão e médicos e associações aproveitam a data para insistir na importância do rastreio. António Araújo, diretor do serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto, e Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, defendem que seja implementado em Portugal um rastreio ao cancro do pulmão, aquele que é mais mortífero, para identificar doentes numa fase precoce e “salvar vidas”.
Para assinalar a data é lançada hoje a campanha "O cancro do pulmão não tira férias", uma iniciativa que junta diversas associações, como a Careca Power, a Associação Nacional das Farmácias, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Pulmonale e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em parceria com a AstraZenec.