Cruz Vermelha distribui kits no valor de dois milhões de euros. Instituições com oferta formativa em Saúde terão professores a apoiar na campanha.
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As instituições de Ensino Superior já receberam cem mil dos mais de 300 mil testes rápidos, oferecidos pela Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). A testagem arranca na próxima semana, com alunos e docentes a ajudarem na campanha. Às instituições sem oferta formativa na área da Saúde, a CVP enviará equipas para a realização de zaragatoas.
Ao JN, o Coordenador Nacional de Emergência da CVP explica que a previsão, só no Superior, é distribuir entre "300 mil a 350 mil testes", com um custo na ordem dos "1,5 a dois milhões de euros", integralmente suportado pela CVP ao abrigo de um programa financiado pela Federação Internacional e pela União Europeia.
Segundo Gonçalo Órfão, a CVP está "também a apoiar as instituições na constituição de equipas próprias, através de ações formativas". Sendo que, "nas que não têm cursos ligados à Saúde, será a Cruz Vermelha a fazer a colheita".
Há um ano a fazer testes PCR com recurso aos seus quatro laboratórios, a Universidade de Lisboa (UL), a maior do país, tinha recebido ontem 16 mil de um total de 55 mil testes. O vice-reitor João Barreiros admite chegar aos 60 mil, tanto mais que não imperará a lógica de um teste por pessoa.
Isto porque as atividades de maior risco, como as relacionadas com o ensino clínico, obrigarão a mais do que um teste por pessoa. Além das equipas internas da instituição, a UL contratou também uma empresa externa para realização dos testes. Ao todo, serão 17 os centros de testagem, num processo que arranca a 19 e termina no final de julho.
Em Coimbra, o reitor Amílcar Falcão revela que o processo avança com a abertura da universidade, com os kits da CVP e recursos humanos internos. O objetivo é realizar entre "800 a mil testes por dia, evitando ajuntamentos".
Politécnicos começam já
No ensino politécnico, muitos são os que arrancam com a testagem já na próxima semana, revela o presidente do Conselho Coordenador. Num universo potencial, diz Pedro Dominguinhos, de mais de 130 mil pessoas.
O politécnico de Setúbal que dirige começa na quarta-feira, prevendo "5500 a 6000 testes, até à primeira semana de maio, numa média de 600/dia". Num "processo logístico complexo", Pedro Dominguinhos explica que os testes serão realizados por "equipas internas, com docentes; e algumas contratações específicas, como enfermeiros". Seguindo as orientações das autoridades de saúde, os estudantes não irão realizar zaragatoas. A UL optou também pelo mesmo.
Em Bragança, Orlando Rodrigues conta, entre outros profissionais, com antigos alunos, "já formados em Ciências Biomédicas e Enfermagem, orientados por professores", para a realização de nove mil testes, que começam na segunda-feira. O politécnico tem um laboratório próprio, que faz já testes para a Administração Regional de Saúde. Os positivos serão confirmados por PCR. Que fará, também, "a sequenciação, para saber qual a estirpe".
O politécnico do Porto tem programadas duas testagens-piloto para a semana, com o arranque a toda a comunidade marcado para dia 19. O objetivo é realizar 500/dia, num processo que envolve cem pessoas internas. Os estudantes terão parte ativa no processo, mas na parte administrativa.