Os portugueses fazem cada vez mais lixo (subiu para 5323 mil toneladas em 2022) e a maioria dos resíduos está a ser enterrada em aterros, contrariando as metas europeias e acelerando o tempo de vida das infraestruturas que ninguém quer ter à porta de casa.
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A Agência Portuguesa do Ambiente alerta para o risco das "estimativas de esgotamento de capacidade" dos aterros "serem antecipadas". A recolha seletiva é insuficiente e a generalidade da população continua a não reciclar. Só 16% dos resíduos foram para reciclagem no ano transato (mais 2% do que em 2021), o que contrasta com o envio de 55% para aterro. Portugal comprometeu-se a chegar, a 2035, com apenas 10% dos resíduos em aterro.
Este diagnóstico é traçado no Relatório Anual de Resíduos Urbanos de 2022, publicado pela Agência Portuguesa do Ambiente. Se, em alguns casos (como na reutilização e na reciclagem de materiais), estamos a dar passos tímidos no sentido certo, noutros estamos a afastar-nos das metas: devíamos estar a produzir e a enterrar menos lixo. Em 2025, cada português não poderá fazer mais do 488 quilos de resíduos por ano. Desde 2016, a tendência de produção é crescente. E pouco lixo é reaproveitado.