Apesar de a Lipor ter anunciado o fim da operação, outras entidades mantêm o processo de solidariedade ativo com a recolha de tampinhas de plástico.
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A empresa de recolha de resíduos Lipor encerrou a “Operação Tampinhas”, menos de um ano depois da entrada em vigor da lei que obriga as tampas a ficarem presas à garrafa, e a notícia causou confusão nas pessoas que as recolhem para fins solidários. Cidália Alves, que angaria tampas para ajudar nos tratamentos da filha, recebeu inúmeras chamadas, devido à perceção das pessoas de que a recolha iria acabar a nível nacional, o que não é verdade.
A mãe da “Princesa Lara” salientou ao JN a importância desta mensagem ser passada, pois tanto a filha como outras pessoas que são beneficiadas com a recolha, podem vir a sofrer prejuízos, devido a esta confusão.
Lara é uma menina de 8 anos, de Braga, que sofre de leucodistrofia, uma doença rara, degenerativa e sem cura. A patologia faz perder mielina no cérebro, que já afetou a parte motora de Lara, fazendo-a deslocar-se de cadeira de rodas, mas, no futuro, poderá limitar mais sistemas, explicou a mãe. Para fazer regredir a doença, a criança faz 11 terapias por semana, mais suplementação, com encargos de 1300 euros mensais. Os tratamentos e os suplementos não têm nenhuma comparticipação do Estado.
A iniciativa “Princesa Lara” angaria cerca de uma tonelada de tampas por mês, com a ajuda de escolas, empresas e particulares, que podem deixar as tampas em mais de 20 espaços, em Braga. O processo de recolha passa ainda por uma triagem, para evitar penalizações, antes de serem enviadas para a Resialentejo, que transfere o valor diretamente para quem aplica o tratamento. O envio das tampas para a empresa, localizada em Beja, só é possível devido ao transporte gratuito da Torrestir.
Sobre a nova lei da União Europeia relativa às tampas, em vigor desde agosto de 2024, Cidália Alves, afirmou que não sentiu diferença na recolha e que as pessoas continuam a ajudar, apenas têm de separar a tampa da garrafa.
