Reconhecimento não implica que "haver um Estado da Palestina", diz Iniciativa Liberal
A presidente da IL, Mariana Leitão, disse, este sábado, que o reconhecimento da Palestina por Portugal mas "não significa que passa a haver um Estado" naquele território do Médio Oriente, apesar de considerar o ato "relevante" em termos diplomáticos.
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"O reconhecimento do Estado da Palestina não implica que, depois, no dia seguinte, passa a haver um Estado da Palestina com um conjunto de condições que, depois, é necessário que existam de instituições, eleições livres para se garantir que existe, de facto, esse Estado", disse hoje à Lusa durante uma visita à Expoval - Mostra do concelho de Valongo (distrito do Porto), no Parque Urbano de Ermesinde.
Ainda assim, Mariana Leitão assinalou que "o reconhecimento, do ponto de vista das relações diplomáticas, é relevante", mas "também é relevante que se consigam criar condições - porque nós defendemos é a existência dos dois Estados - para que também, por exemplo, os países da Liga Árabe consigam fazer o mesmo reconhecimento em relação a Israel".
"Aquilo que nós pretendemos, no fim do dia, é a paz e que consigam coexistir, e obviamente que para se coexistir é preciso o desmantelamento completo e absoluto do Hamas, o desarmamento, e garantir que a Palestina se torne num território livre, com eleições livres, em que as pessoas escolhem quem os dirige e os governa, e não estarem sob o poder, de alguma forma, de uma entidade terrorista como o Hamas", apontou.
Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina no próximo domingo, na véspera da conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirma que Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina, como o ministro Paulo Rangel já havia antecipado esta semana", indicou, num comunicado.
Este reconhecimento, acrescenta o MNE, acontecerá no domingo.
Assim, a "Declaração Oficial de Reconhecimento terá lugar ainda antes da Conferência de Alto Nível da próxima semana", organizada pela França e Arábia Saudita na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O anúncio do Governo português surgiu momentos depois de uma comunicação da Presidência francesa, segundo a qual 10 países vão proceder a este reconhecimento na segunda-feira, no âmbito da conferência dos dois Estados.
Além de França, que está por detrás da iniciativa, e de Portugal, os outros Estados "são Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino", acrescentou um conselheiro do Presidente Emmanuel Macron.