A Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI) defende um "aumento de 5 % de todas pensões, num mínimo de 70 euros", em 2025. A associação lembra que as pensões de velhice aumentaram, em média, 17% entre 2015 e 2022, ao passo que, no mesmo período, o limiar da pobreza "teve uma evolução de 35%".
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Num caderno reivindicativo enviado este sábado às redações, o MURPI argumenta que o facto de o valor das pensões não acompanhar "o valor da mediana dos rendimentos dos portugueses" leva ao "aumento do número de idosos em risco de pobreza". Nesse sentido, além da atualização das pensões em pelo menos 70 euros, são igualmente feitas outras exigências que visam combater a "desvalorização" dos rendimentos.
Uma delas é o aumento de 100 euros no Complemento Solidário para Idosos (CSI). É também defendida a criação de mais dois escalões para as pensões mínimas, "de forma a valorizar as longas carreiras contributivas" e, desse modo, diminuir o número de idosos que têm de recorrer ao CSI.
No capítulo das prestações sociais, o MURPI defende ainda o fim das atuais limitações do subsídio por morte (cujo tecto são três vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais) e o reforço do atendimento presencial, tanto no âmbito do CSI como dos serviços da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações.
As reivindicações desta associação, divulgadas numa altura em que as negociações do Orçamento do Estado para 2025 estão na ordem do dia, passam também pelo "reforço do movimento associativo dos reformados". Em particular, é proposta a "criação de linhas de financiamento às atividades de índole recreativa e cultural", por forma a promover "o direito à cultura e à fruição saudável dos tempos livres".
Outras exigências que o MURPI faz para o próximo ano prendem-se com o aumento de verbas no âmbito dos acordos de cooperação (nomeadamente para os centros de convívio, de dia e estruturas residenciais para idosos) e com o reforço do número de acordos "com a valência de centro de convívio e centros de dia".
Defende-se ainda o reforço do SNS - em particular no que toca aos serviços de proximidade - e o aumento de "meios humanos e materiais" da fiscalização de lares e dos serviços da Segurança Social orientados para os reformados e pensionistas.
Na semana passada, o MURPI anunciou que irá realizar uma marcha em Lisboa, a 17 de outubro, para reafirmar estas reivindicações.