Regionalização resolveria "dificuldades de comunicação" na prevenção e combate aos incêndios
O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, mostrou-se esta terça-feira confiante nos meios humanos e tecnológicos que permitirão prevenir e combater os incêndios nos 14 concelhos do território, mas apontou dificuldades de comunicação entre os sub-comandos regionais.
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“Existe uma série de comunidades intermunicipais no distrito que não coincidem com os comandos distritais da GNR. Depois, há comunidades que abrangem outros distritos, nomeadamente a nossa CIM vai ao distrito da Guarda, a de Coimbra vem ao distrito de Viseu. Mais dia menos dia estas realidades têm de ser uniformizadas”, assumiu Fernando Ruas, dando como exemplo que o território da CIM Viseu Dão Lafões abrange um município (Aguiar da Beira) que pertence ao comando distrital da GNR da Guarda.
“Há-de haver uma deficiência em termos de comunicação. É uma matéria de futuro porque não põe em causa só a proteção civil. Esta não coincidência espacial acarreta dificuldades”, defendeu o também autarca de Viseu, que se assume como um “defensor da regionalização”.
O comandante sub-regional de emergência e proteção civil, Miguel Ângelo David, assume que “haverá lições a tirar” depois de terem passado 14 meses do novo modelo organizativo ter entrado em vigor.
Mais bombeiros e mais um meio aéreo no combate aos incêndios
Para o território da CIM Viseu Dão Lafões, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais prevê 557 operacionais, já a partir desta quarta-feira e até 31 de maio (fase Bravo), 603 durante o mês de junho (fase Charlie), 659 entre 1 de julho e 30 de setembro (fase Delta) e 598 entre 1 e 15 de outubro (fase Charlie).
No que diz respeito aos meios aéreos, o comandante sub-regional de emergência e proteção civil, Miguel Ângelo David, explicou aos jornalistas que “a sub-região conta com duas bases anuais, com um helicóptero em Santa Comba Dão, que está durante os 12 meses do ano, e um helicóptero e dois aviões anfíbios fireboss, em Viseu”.
“Este ano, a sub-região vai contar com um novo Centro de Meios Aéreos, em Aguiar da Beira, que vai ter, entre 1 de junho e 15 de outubro, um helicóptero”, anunciou.
Segundo o responsável, no período de maior empenhamento, este território terá seis meios aéreos.
Miguel Ângelo David explicou, ainda, que Viseu é uma das bases, a nível nacional, que tem, também, um avião de avaliação e reconhecimento que, em apoio, consegue fazer a transmissão de imagens em streaming ou apoio na coordenação aérea.
“Temos um ligeiro aumento em termos de efetivo e mais um meio aéreo em relação ao ano passado”, rematou.
Câmaras na floresta
O território da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões continua a contar com 17 câmaras de videovigilância, com alcance de 30km, que permitem rodar 360 graus, aproximar a imagem e detetar fontes de calor. Com este sistema fica coberto 85% do território.
Além deste sistema, o distrito tem também 20 postos de vigia, seis da rede primária e 14 da rede secundária.
“O cruzamento dos vários sistemas deixa-nos descansados em relação à forma rápida como se combatem estes flagelos”, afirmou Fernando Ruas, líder da CIM Viseu Dão Lafões.