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Até nas buscas da Internet - e os jovens são quem mais procura - parece que Deus está de volta. O que quer que signifique o regresso ao religioso, o que fica em questão é a previsão nefasta do filósofo alemão F. Nietzsche, que assinava orgulhosamente a certidão de óbito divina, ao proclamar solenemente: "Deus está morto". Muitos convenceram-se que a "ilusão do sobrenatural" se desvaneceria como bola de sabão. Hoje os gurus de tais pensamentos são, entre outros, Dawkins ("Deus, um delírio") e Christopher Hitchens ("Deus não é grande"). Viria depois a teoria socialista a garantir, cientificamente, calculem!, que a religião era o ´"ópio do povo" . E se Karl Marx o tinha dito… Como já não bastassem tantos "mestres da suspeita", Freud acrescentaria que a necessidade que o homem tem de religião decorreria da incapacidade de conceber um mundo sem pais. Daí, a invenção de Deus. Queira-se ou não, a influência de Nietzsche , Marx e Freud no pensamento do século XX afastou gerações de jovens da fé, sobretudo quando se tornaram adultos e a sua religiosidade ficou tão curta como a roupa que usaram na infância. Infantil seria também a sua cultura religiosa, reminiscência de uma catequese que não os acompanhou ao longo da vida, insuficiente para lhes dar respostas à cultura e à experiência da vida. Os jovens de hoje estarão de volta ao divino?