Desenha-se na diocese do Porto um plano pastoral que lhe poderá dar nova vida. É a anunciada "Missão 2010 - Co-responsabilidade para a Nova Evangelização" em que tanto tem insistido o bispo do Porto, D. Manuel Clemente. O primeiro esboço de propostas para essa aventura de evangelização vai ser apresentado no dia 28 do corrente, na Casa Diocesana de Vilar, pelos secretariados diocesanos.
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Estando todos os católicos convocados para a missão, será importante uma nova fase que os leve à máxima participação, para que essa tarefa não fique cativa de pequenos grupos, os secretariados ou outras instituições diocesanas a quem cabe a animação, mas jamais a vontade de fazer tudo, matando a criatividade das pessoas e das comunidades.
A nova evangelização foi uma aposta de João Paulo II. Contagiaria a Igreja e, desde então, não têm faltado teólogos e pastoralistas, nem experiências no terreno para a concretizar nos dias de hoje com renovado entusiasmo.
Os mais atentos sabem que, hoje, a transmissão da fé já não se dá "automaticamente", como acontecia ou parecia acontecer noutros tempos. A vida social e cultural oferece opções que não passam pela Igreja nem pelas práticas religiosas.
Também a diocese do Porto se dá conta, na fidelidade ao seu passado, nos desafios do presente e na perspectiva do futuro, que precisa de novo método de evangelização, mais adequado às condições e às necessidades actuais.
O objectivo será o de converter a vida cristã numa experiência vivida, num caminho que se faz ao andar como discípulos de Jesus Cristo. A iniciação e o crescimento na vida cristã são um processo gradual e progressivo de evangelização, de conhecimento de Jesus Cristo, de envolvimento com Ele e com a comunidade eclesial. Jesus é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem e está no centro da experiência da fé cristã. Quem desperta para a fé e a vive não se relaciona com verdades abstractas, mas com a pessoa de Jesus Cristo, crucificado, morto e ressuscitado. É uma experiência que vale para quem já foi baptizado, mas não evangelizado, e vale ainda mais para adultos que ainda não foram baptizados e o desejam.
Sem inovação pastoral, a diocese do Porto, de tão ricas tradições e tão aberta ao presente e ao futuro, ficaria no mesmo ritmo lento e atingiria cada vez menos pessoas devido à sua rotina pastoral.