Governo apresentou novas propostas por considerar que a eliminação de portagens aos pesados na A41 pode não ser a hipótese mais viável.
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Relocalizar pórticos ou despenalizar a A4, no troço entre a A3 e a A28 ou a VRI, e colocar radares que registam velocidade média na VCI para "harmonizar o tráfego" em toda a extensão da via são duas das hipóteses em estudo. O objetivo é mitigar os efeitos do trânsito intenso na VCI.
A hipótese de isentar os camiões do pagamento de portagens na A41 para aliviar o trânsito na VCI, tal como foi aprovado em Assembleia Municipal do Porto, pode por si só não ser uma "boa solução ou a mais importante", afirmou Jorge Delgado, secretário de Estado das Infraestruturas à saída de uma reunião com os presidentes da Câmara do Porto, Rui Moreira, e da Maia, António Silva Tiago, e o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Laranjo. No encontro, foi discutido um "leque vasto de hipóteses de intervenção" que, em conjunto, poderão obter melhores resultados nesta via.
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Por isso mesmo, o Governo e a IP apresentaram aos autarcas diferentes hipóteses de entre as quais se destacam duas novas possibilidades: "relocalizar os pórticos no lado norte da A4 que, sendo uma via próxima do VCI, pode contribuir para desanuviar o trânsito" e "medidas mais finas de intervenção ao longo da VCI, como o tratamento dos nós, implementação de regras de trânsito ou a criação da impossibilidade de mudanças de faixas", esclareceu Jorge Delgado.
Ao que o JN apurou, para a VCI, além do reforço da segurança com a colocação de pilaretes, está também em cima da mesa a hipótese de instalar radares que registam velocidade média na estrada de forma a controlar e a harmonizar a fluidez do trânsito no troço total da estrada.
As hipóteses vão ser avaliadas por um grupo de trabalho que começará a discutir novas soluções já na segunda quinzena de outubro.
O grupo irá ainda analisar todos os estudos apresentados pela IP e decidir "quais das intervenções poderão ser implementadas de imediato e quais as que precisarão de mais estudo", acrescentou Jorge Delgado.
Os vários estudos vão agora chegar às mãos da Câmara da Maia e do Porto, presentes nesta reunião, mas também de Gaia e Matosinhos que vão ter participação nas reuniões.
Resolver a bem ou a mal
"O problema da VCI carece de uma solução mais estruturada e urgente, por isso ficamos satisfeitos com a resposta do Governo. A solução da A4 pareceu-nos uma boa ideia por ser uma paralela à VCI", disse Rui Moreira à saída do encontro.
"Em breve teremos um conjunto grande de obras na cidade do Porto que terão um grande impacto no trânsito, aumentando o problema de mobilidade dentro da cidade, pelo que é urgente resolver a questão da VCI", acrescentou o autarca portuense.
Por sua vez, Silva Tiago destacou a Via Norte e os pórticos da A41 como os problemas maiores da cidade, com a certeza de que com "esta nova abordagem" apresentada pela IP serão resolvidos. "Se não for a bem, vamos resolvê-los a mal", disse.
Outras obras
Ponte Luís I
As obras no tabuleiro inferior da Ponte Luís I, cuja responsabilidade é da Infraestruturas de Portugal (IP), começarão "em breve", garantiu o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. Recorde-se que a IP lançou um segundo concurso público para a obra porque o primeiro procedimento ficou deserto. A empreitada vai custar 3,8 milhões de euros, quase o dobro do valor proposto no concurso inicial.
Matadouro entregue
O autarca portuense aproveitou a ocasião para anunciar a entrega da obra do Matadouro Municipal de Campanhã à Mota-Engil. Com a luz verde do Tribunal de Contas, "agora sabemos pelo menos que as coisas vão andar", afirmou Rui Moreira. O presidente da Câmara reconheceu, contudo, que a pandemia poderá ter um impacto na evolução da obra cujo prazo previsto de conclusão é de dois anos.