Um grupo de peritos internacionais está contra a mudança da hora na União Europeia (UE), defendendo o alinhamento dos fusos horários nos diferentes países, aproximando-os o máximo possível da hora solar e tornando-os permanentes. Em Portugal, esta noite, os relógios atrasam uma hora. Ou seja, quando for 1 hora na madrugada de domingo, os relógios devem recuar para a meia-noite, dando início ao horário de inverno. A nova alteração será na primavera.
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Segundo os peritos de mais de 70 instituições internacionais, que subscreveram a Declaração de Barcelona sobre Políticas do Tempo, as mudanças na hora legal "não têm efeitos significativos na poupança energética", ao passo que a manutenção da mesma hora "melhora a saúde, a economia, a segurança e o meio ambiente".
Argumentos partilhados também pela Associação Portuguesa do Sono que, há anos, defende a adoção da hora de inverno como o horário que melhor se adequa a crianças e a adultos portugueses.
"Esta mudança não altera apenas o tempo que marcam os ponteiros, mas também tem repercussões no ser humano, que tem de adaptar o seu relógio interno", refere a associação, acrescentado que "a adaptação a esta transição horária é variável entre as pessoas, podendo levar uma semana até que se consiga fazer o ajuste". Nos próximos dias, as crianças, "que têm tendência a acordar muito cedo poderão passar a acordar, pelo novo horário, uma hora mais cedo, dificultando o sono dos pais".
Adaptar à hora padrão
Os especialistas que assinaram a Declaração de Barcelona propõem, como primeiro passo, que todos os países da UE acabem com a mudança da hora na primavera (a hora de Verão, em que os ponteiros do relógio são adiantados 60 minutos) e continuem com a hora de inverno. Os países, cujo fuso horário recomendado é a sua hora padrão atual, não teriam de fazer alterações.
Depois, num segundo passo, os países cujo fuso horário recomendado não corresponde à sua hora padrão, como Portugal, Espanha, Bélgica, França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo e Países Baixos, atrasariam uma última vez os ponteiros do relógio no outono, para poderem adotar o fuso horário recomendado como a sua nova hora padrão. Os Açores têm sempre menos uma hora do que o continente e a Madeira.