Os renovadores comunistas admitem regressar ao PCP, cerca de 20 anos depois de, no culminar de um conflito com a ala considerada mais "ortodoxa", terem deixado o partido. A hipótese, admitida por ex-comunistas como Carlos Brito ou Cipriano Justo, foi colocada depois de o novo secretário-geral, Paulo Raimundo, ter afirmado, em entrevista à Lusa, que "uma parte" desses dissidentes faz "muita falta" ao PCP.
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Este sábado, num artigo de opinião no "Público", Cipriano Justo - dirigente da associação Renovação Comunista -, colocou duas condições: os renovadores "poderão equacionar a reaproximação" caso o PCP anule as sanções aplicadas a ex-membros (como Carlos Brito, entre outros) e aceite debater o modo de organização interna.
Ao "Expresso", Carlos Brito - que se afastou do PCP em 2003, após uma suspensão de dez meses - disse ser "positivo" que o partido se torne "mais dialogante". A saída dos renovadores deu-se na sequência da derrota desta ala no congresso de 2000. Alguns, como Edgar Correia (já falecido) e Carlos Luís Figueira, seriam expulsos do partido.
Além da entrevista de 16 de novembro à Lusa, Paulo Raimundo tinha feito menção aos renovadores - ainda que de forma implícita - logo no primeiro discurso enquanto secretário-geral, a 13 de novembro, na Conferência Nacional. Nessa ocasião, afirmou que "todos fazem falta".
"Contamos com tanta gente dos mais diversos sectores e áreas, com aqueles que se aproximam e com os que se reaproximam", acrescentou, nessa mesma ocasião, Paulo Raimundo.