Precipitação da última semana permite recuperar volume armazenado em nove bacias hidrográficas
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No espaço de uma semana, a precipitação que se tem feito sentir no país, em particular no litoral Norte e Centro, permitiu aumentar em 2% o volume total de água armazenado (+131 hectómetros cúbicos), com as albufeiras monitorizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente a 57% da sua capacidade total. De acordo com o relatório semanal daquela agência, em 45% das 78 albufeiras verificava-se, na segunda-feira, um aumento do volume face à semana anterior. Olhando às bacias hidrográficas, regista-se uma subida em nove e uma descida em seis.
Um alívio na situação de escassez de água que o país enfrenta, mas longe das médias de armazenamento para o mês de outubro (1990/91 a 2021/22). Acima, apenas as bacias do Ave (a 56,9%), Douro (86,3%) e Arade (36,9%). Em sentido inverso, a bacia do Lima está agora a 36% da sua capacidade (+10,3 pontos percentuais), para uma média de 54,2%. Com destaque para a albufeira do Alto Lindoso, a subir para os 34% com as chuvadas dos últimos dias. Já a bacia do Cávado, uma das sete mais críticas, recuperou para os 39,7% (média 60,8%), com as seis albufeiras a armazenarem mais água no período em análise.
O Tejo melhorou muito ligeiramente, para os 48,9% (média de 63,2%). Sendo que, recorde-se, Espanha debitou apenas 86% do caudal anual a que estava obrigada ao abrigo da Convenção de Albufeira no ano hidrológico findo em setembro. Mais a Sul, nas Ribeiras do Barlavento, em seca hidrológica extrema, a albufeira de Bravura mantém-se nuns críticos 9,1%. E, nas do Sotavento, Beliche está a 25% e Odeleite a 32%. Tendo sido afirmado, na última reunião da Comissão Permanente da Seca, que, neste momento, o Algarve tem água para consumo público para um ano, com o armazenamento total a 33%. Região que conta um longo défice de precipitação, com oito a nove anos a chover abaixo do normal.