Retiros ilegais com microdoses de psicadélicos estão a aumentar na Europa
A Agência da União Europeia sobre Drogas (EUDA) está a "mapear" práticas em vários Estados-membros, onde psicadélicos, como a psilocibina, estão a ser usados em retiros de bem-estar e de desenvolvimento pessoal. Estes eventos não estão regulamentados e são ilegais na maioria dos países.
Corpo do artigo
Da ciência aos média, o crescente interesse pelo uso de psicadélicos na área da saúde mental tem levantado preocupações sobre um possível encorajamento ao consumo destas substâncias, sem aconselhamento médico e para uso recreativo. A Agência da União Europeia sobre Drogas (EUDA, na sigla em inglês), atualmente com sede em Lisboa, aponta que tem sido "relatado que o uso de microdoses de psicadélicos poderá estar a crescer na Europa" para fins de bem-estar, terapêuticos e de desenvolvimento pessoal. As substâncias em causa podem ser cetamina, psilocibina (presente nos "cogumelos mágicos") ou o LSD.
Em Portugal, a cetamina, um psicadélico atípico, está a ser usada em alguns hospitais públicos e em clínicas privadas para tratar a depressão resistente. A substância tem propriedades psicadélicas e está aprovada pelo Infarmed como anestésico, mas é utilizada na área da saúde mental em regime de off-label, ou seja, com uma indicação diferente daquela para a qual foi aprovada. Tal como qualquer medicamento, a cetamina deve ser usada com prescrição e aconselhamento médico. No caso dos cogumelos mágicos, o cultivo, a posse, a venda e a compra da substância em Portugal são ações consideradas como tráfico de estupefacientes, punível com pena de prisão entre os quatro e os 12 anos, à semelhança da cocaína.