"As distâncias que se encontram em Portugal não são só físicas. São culturais, económicas, demográficas..." Quando representado em mapa à luz destes indicadores, Portugal deixa de ser um "retângulo quase perfeito e ilhas", explica Maria João Valente Rosa, diretora da base de dados estatísticos Pordata. É um país desigual, marcado por grandes diferenças internas e evolutivo no tempo.
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Os mapas elaborados pela Pordata mostram um Portugal dividido entre Norte e Sul, entre interior e litoral, ou litoral Norte e Sul, e muitas vezes bipolar. Tudo depende do que se procura: densidade populacional e envelhecimento, salários e pobreza, custo da habitação e oportunidades de trabalho, acesso à educação, saúde e cultura, contas municipais e abstenção ou proteção ambiental.
Portugal tem, assim, "múltiplas formas" que evoluem também com o passar dos anos. Se antes as famílias do Norte tinham mais filhos, agora são as do litoral Sul. E num país ainda assimétrico, algumas assimetrias estão a esbater-se, como acontece no indicador "poder de compra": a diferença entre os municípios continua acentuada, mas tem-se estreitado, nos últimos anos. "Portugal é um país em movimento, com eixos de assimetria a variar ao longo do tempo", explicou.
Um trabalho estatístico que pode ser consultado no e-book elaborado pela Pordata e que será publicado em julho.