A reunião entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos foi adiada das 14 horas para as 15.30 horas, para que fossem consultados os diplomas sobre a dedicação plena e a reforma da unidades de saúde familiar pelos sindicatos médicos. Porém, o JN sabe que a reunião começou apenas às 16.45 horas.
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O encontro entre a tutela e os sindicatos médicos, representados pela FNAM e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), foi adiado cerca de uma hora e meia, para que os diplomas da dedicação plena e da reforma das unidades de saúde familiar, já promulgados pelo presidente da República, fossem analisados pelas estruturas sindicais. A reunião que esteve inicialmente marcada para as 14 horas, foi adiada para as 15.30 horas, mas só começou às 16.45 horas deste sábado.
De recordar que, na passada terça-feira, quando ocorreu a última ronda negocial, a FNAM pediu uma pausa à tutela para conhecer os respetivos diplomas. O intervalo de cerca de uma hora chegou a causar alguma confusão, por não ter sido claro, na altura, se a FNAM teria abandonado a reunião. Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, defendeu na terça-feira que não podia "passar cheques em branco" e negociar sem conhecer toda a documentação relativa às recentes mudanças no SNS.
Este sábado à tarde, à entrada para a nova reunião, Joana Bordalo e Sá referiu que a proposta do Governo está "muito longe" da atualização da grelha salarial reivindicada pelos sindicatos. As estruturas representativas dos médicos querem 30% de aumento no salário-base, mas a tutela mantêm-se nos 5%.
Apesar do principal diferendo entre os sindicatos e o Governo se manter na subida da remuneração-base para todos os médicos, a presidente da FNAM discorda que a reposição das 35 horas semanais, a acontecer de forma faseada, esteja dependente de "métricas do SNS", associadas a fatores de produção e de mais médicos a trabalhar nas unidades de saúde familiar, por exemplo. "As condições de trabalho não podem estar dependentes de métricas do SNS", afirmou Joana Bordalo e Sá.
A dirigente sindical disse aos jornalistas que a FNAM está de "boa fé" na reunião negocial deste sábado à tarde, mas a expectativa é "baixa" quanto ao alcance de um acordo.
Posição semelhante é partilhada pelo SIM, que entende que as negociações chegaram a um impasse porque "a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde é sempre igual".
"A resolução do que se passa no SNS está completamente do lado do Governo", disse a secretária regional do SIM para Lisboa e Vale do Tejo. Maria João Tiago defendeu que a tutela deve ceder quanto à atualização da grelha salarial que, no seu entender, é aquilo que "fará com que os médicos se fixem no SNS".
Na mesma estrutura sindical, Roque da Cunha afirmou aos jornalistas que a reunião será "praticamente decisiva", porém recusou assinar um acordo no qual os médicos não se reveem. "Temos feito tudo para evitar greves e manifestações", disse o secretário-geral do SIM.