Foi com "alguma desilusão" que os sindicatos médicos saíram da reunião que tiveram no Ministério da Saúde, esta segunda-feira à tarde. Esperavam começar já a negociar as novas grelhas salariais, mas a proposta da tutela ainda está a ser elaborada, pelo que o tema foi adiado. O encontro contou com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e a discussão centrou-se em torno da organização do trabalho médico. Já está marcado uma nova reunião para o próximo dia 15.
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"Esperávamos mais", confessou Joana Bordalo e Sá, vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), manifestando "alguma desilusão" porque o tema das grelhas salariais é urgente face ao desalento que grassa no Serviço Nacional de Saúde.
Para Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a "falta de propostas concretas" da tutela sobre as grelhas salariais e progressão nas carreiras foi o ponto "menos positivo" da reunião. Como positivo, o dirigente do SIM destacou, ao JN, o facto de se "estar a olhar para os acordos coletivos de trabalho que não são mudados há 14 anos". É nestes acordos que se definem questões como a organização dos horários de trabalho dos médicos, descansos, trabalho em regime presencial e não presencial, entre outros.
"Espírito aberto"
Antes da reunião, o ministro da Saúde disse que partia para as negociações com os sindicatos dos médicos "com espírito aberto" e que, embora soubesse que não poderá "agradar em tudo", tem a expectativa de que algumas ideias sejam acolhidas. "Tenho a certeza de que não vamos poder agradar aos sindicatos em tudo o que pedirem. Tenho a expectativa de que algumas das nossas ideias serão acolhidas", afirmou Manuel Pizarro.
Frisando a necessidade de diálogo, o ministro lembrou que o objetivo é valorizar as carreiras profissionais. As negociações estão numa fase "muito embrionária" e há "muitos assuntos em cima a mesa", indicou o governante referindo-se à "agenda negocial muito vasta".