Revista de Imprensa: Cabo com "núcleo de corda de plástico" na origem do acidente do Elevador da Glória
A mudança do tipo de cabo utilizado no Elevador da Glória, há seis anos, passando de um totalmente em aço para um formado por seis cordões de aço com "alma em fibra", pode estar na origem do acidente que vitimou 16 pessoas e causou ferimentos em outras 22, no passado dia 3 de setembro, avença, esta sexta-feira, o Expresso.
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As pistas que possam justificar o acidente estão no relatório preliminar sobre o descarrilamento feito pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). O não funcionamento dos sistemas de travagem é um deles, mas também a mudança do tipo de cabo utilizado no ascensor, que foi feita há seis anos, passando de se usar um cabo totalmente em aço para um formado por seis cordões de aço com "alma em fibra". O núcleo passou a ser constituído por uma "corda" que se "deformou" de forma irreversível quando foi apertada e que continuou a deformar-se ao longo dos meses, perdendo volume e levando o cabo a soltar-se. Especialistas referem que o problema não está na "resistência" ao peso e na "tração" do ascensor, mas sim na resistência do cabo quando é apertado num torno. No caso de uma "alma em fibra", para ser segura, a amarração teria de ser feita com um sistema diferente.
Norma europeia prevê adiantar 21 mil euros por cada morte de passageiro
Portugal não está a cumprir a norma europeia que estipula o adiantamento de 21 mil euros por cada morte de um passageiro dos serviços ferroviários, no prazo de 15 dias, no que se refere ao acidente com o Elevador da Glória, revela o "Diário de Notícias". Segundo o Regulamento 2021/782 do Parlamento Europeu "relativo aos direitos e obrigações dos passageiros dos serviços ferroviários", o artigo 15.º determina que "em caso de ferimentos ou de morte de um passageiro, a empresa ferroviária deve pagar, sem demora - e em todo o caso no prazo máximo de 15 dias a contar da identificação da pessoa singular com direito a indemnização -, os adiantamentos que permitam fazer face a necessidades económicas imediatas, numa base proporcional ao dano sofrido". "Em caso de morte, os adiantamentos não podem ser inferiores a 21 mil euros por passageiro", define o regulamento.
Elevadores presos por um fio
Os peritos em segurança repudiam a ideia da Câmara Municipal de Lisboa de repor em funcionamento os elevadores da Bica e do Lavra, que não dispõem de sistemas de travagem capazes de evitar um acidente idêntico ao da Glória, antes de se fazer uma reforma tecnológica não só no que ascensor que provocou a tragédia, mas também nestes dois, que vão ser apenas alvo de "uma inspeção efetuada por entidades independentes tecnicamente habilitadas", anota o "Nascer do Sol". Os especialistas consideram que se deveria refazer tecnologicamente todos os elevadores da capital, com sistemas de travagem mais eficazes, para evitar nova tragédia.
Filha de Ilhor Homeniuk leva Ministério da Administração Interna a tribunal
O advogado de Veronika Homeniuk, filha de Ihor Homeniuk - o cidadão ucraniano agredido e morto no Aeroporto de Lisboa por três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em março de 2020 -, entrou com uma ação contra o Ministério da Administração Interna (MAI) no Tribunal Administrativo de Lisboa. Nesta "intimação para prestação de informação", a que o "Expresso" teve acesso, a jovem alega que o MAI está em falta com uma indemnização que lhe foi prometida pela então provedora de Justiça e atual ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, que propôs formalmente que o Estado português pagasse a Veronika Homeniuk uma prestação anual de 3375 euros para apoio da formação escolar, a ser acionada no início de 2025. O MAI diz que o pagamento ainda não foi concretizado apenas devido à necessária articulação entre entidades administrativas, na sequência da extinção do SEF.
Chega ultrapassa AD e fica à frente das intenções de voto pela primeira vez
O Chega está numa inédita liderança das intenções de voto dos portugueses, segundo o Barómetro Diário de Notícias/Aximage de setembro. Com a distribuição dos 4,9% de indecisos, o partido de André Ventura recolhe a preferência de 26,8% dos inquiridos, contra 25,9% da AD do primeiro-ministro Luís Montenegro, e 23,6% do PS, liderado por José Luís Carneiro. Quanto aos restantes partidos, o Livre (6,5%) suplanta a Iniciativa Liberal (6,2%), enquanto a CDU se fica pelos 3,1%, o Bloco de Esquerda pelos 2,4% e o PAN pelos 1,7%.
André Ventura deu, esta sexta-feira, uma entrevista ao "Nascer do Sol", na qual falou sobre uma possível candidatura a Belém, revelando que "está a ser uma das decisões políticas mais difíceis do percurso" e que está cada vez mais perto de dar esse passo e assume o risco de o Chega "poder ser clamorosamente derrotado na segunda volta". As autárquicas também foram abordadas, com o líder do partido de extrema-direita a acreditar na eleição em grandes municípios, como Sintra.
Teixeira Duarte e Ferreira unidas na fábrica da Lufthansa
A Teixeira Duarte e a Ferreira Construção decidiram formar uma candidatura conjunta para a erguer a fábrica da Lufthansa Technik em Santa Maria da Feira, no parque industrial Lusopark, num terreno com uma área de 230 mil metros quadrados adquirido pela gigante de manutenção aeronáutica, escreve o "Negócios". Esta fábrica vai dedicar-se à manutenção, reparação e revisão de peças de motores e componentes de aeronaves. "Esta parceria estratégica entre duas das mais relevantes empresas portuguesas do setor da construção civil reforça a confiança na concretização de um projeto de grande dimensão e impacto económico", afirma João Moreira, administrador do grupo Ferreira. Situada nas imediações do Europarque, a fábrica terá uma área de 54 mil metros quadrados, num investimento estimado em 227,6 milhões de euros e que prevê a criação de cerca de 700 postos de trabalho.
Empresa de governante tem casa de luxo na Golegã
Uma empresa do secretário de Estado da Agricultura tem uma casa de luxo na Golegã, no Ribatejo. O imóvel faz parte de um empreendimento de turismo rural da Quadradoaometro, empresa de engenharia da qual são sócios João Moura e a mulher, refere o "Correio da Manhã". O governante afirma que, antes de assumir o cargo, suspendeu a quota de 50% na empresa, nos termos da lei do controlo da riqueza dos políticos, mas não conseguiu registar a suspensão da quota no registo comercial porque o Código do Registo Comercial o impede. Como o imóvel está em nome da empresa, Moura não está obrigado por lei a declará-lo à Entidade para a Transparência (EpT), diz que não quer usá-lo como habitação, mas assume que já a usou.