Revista de Imprensa: Cinco mil doentes com diabetes tipo 2 aguardam medicamento que substitua o que tomam

Um dos medicamentos mais antigos com princípio ativo liraglutido, indicado para tratar pessoas com diabetes tipo 2, vai ser descontinuado e retirado do mercado no final do ano
Foto: Rungroj Yongrit / EPA
Laboratório farmacêutico que produz e comercializa medicamento à base de liraglutido, de toma diária, vai descontinuá-lo no final do ano, e embora haja um genérico, aprovado e com autorização de mercado, para o substituir, não há informação e doentes temem ter de mudar de terapêutica, destaca, esta segunda-feira, o "Diário de Notícias".
Um dos mais antigos medicamentos com princípio ativo liraglutido, indicado para tratar crianças, adolescentes e adultos com diabetes tipo 2, vai ser descontinuado e retirado do mercado a 31 de dezembro de 2025. O anúncio foi feito pelo próprio laboratório que produz e comercializa o medicamento no ano passado, quer à Agência Europeia do Medicamento, quer ao Infarmed. A questão é que, neste momento, há cerca de cinco mil doentes em Portugal a fazer terapêutica com este medicamento e que aguardam a chegada de um substituto, com a mesma apresentação, toma diária, para que não tenham de alterar a sua rotina, mas do qual nada sabem. Há um genérico, aprovado e com autorização de mercado, para o substituir, mas não há informação sobre o assunto. Infarmed diz que médicos e utentes foram informados da situação.
Inquéritos por corrupção abertos pela PJ sobem 54% em cinco anos
Nos últimos cinco anos - 2020 a 2024 - a PJ abriu 4121 inquéritos por suspeitas da prática de crimes de corrupção e conexos. A média de 824 processos por ano é superior em 54% à média anual do quinquénio anterior (2015-2019), que ficou nos 534. Está já superior em 63% em relação aos cinco anos antecedentes (2020-2014), com 326 inquéritos, em média, por ano. Esta é a conclusão retirada de dados oficiais da PJ a que o "Diário de Notícias" teve acesso. Paralelamente ao aumento das investigações, também cresceu a percentagem de inquéritos concluídos com proposta de acusação: de uma média de 27% entre 2011 a 2020, passou para 32% no último quinquénio. Numa conferência da Transparência Internacional, especialistas apontaram alguns pontos críticos na prevenção e combate.
Cascais quer gerir autódromo e ter Fórmula 1 no Estoril em 2028
A Câmara Municipal de Cascais fez uma oferta à Parpública para assumir o "volante" do Circuito Estoril, por 12,5 milhões de euros, por um prazo de até 75 anos. Considerando que "se tem assistido, nos últimos anos, a um desinvestimento muito grande por parte do Estado" num "ativo estratégico não só para o município, mas também para o país", a autarquia defende que "pode fazer mais e melhor", pelo que traçou um plano que prevê um investimento na ordem dos 150 milhões de euros, a realizar por quem vencer o concurso internacional, com a ambição do regresso da Fórmula 1 ao autódromo do Estoril. Em entrevista ao "Negócios", Nuno Piteira Lopes afiança que há "sinais" que apontam para a vontade de privados em vir a explorar o "diamante" do histórico circuito, reconhecendo ser "absolutamente necessário" fazer intervenções "em toda a infraestrutura" - do paddock até às casas de banho.
Câmaras obrigadas a resolver conflitos de urbanismo na arbitragem
As câmaras municipais vão passar a ser obrigadas a aceitar o recurso à arbitragem para a resolução de conflitos relacionados com urbanismo e construção em geral. A medida consta da proposta de revisão do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), que altera o Simplex urbanístico e que o Governo já enviou ao Parlamento, refere o "Negócios". A ideia é que possam estar abrangidos desentendimentos entre cidadãos e entidades públicas relacionados, nomeadamente com o controlo de operações urbanísticas, taxas e compensações urbanísticas. O novo Simplex mantém, no entanto, a comunicação prévia como regra no urbanismo.
Governo reúne-se com autoridade dos seguros para discutir supervisão do Montepio
O Governo convocou a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) para uma discussão sobre a nova legislação que enquadra as associações mutualistas, entre as quais o Montepio Geral. A legislação mudou em 2018, mas deixou a associação numa encruzilhada, em que a autoridade só autoriza os administradores, mas não analisa as contas, anota o "Público". O Executivo está a preparar a revisão do Código das Associações Mutualistas, no âmbito da qual conta elaborar "um regime de supervisão específico para o setor". Porém, o presidente da entidade supervisora, Gabriel Bernardino, disse recentemente que ainda não foi contactado pela tutela relativamente a este tema.
Autarquia de Setúbal perde milhões com terrenos doados
A Câmara Municipal de Setúbal perdeu milhões euros com terrenos cedido ao Vitória de Setúbal que acabaram na Importantaltura, empresa envolvida numa fraude com "vistos gold". Segundo o "Público", em julho de 2020, a autarquia formalizou a doação de 65 lotes urbanos ao clube, avaliados em cerca de 800 mil euros, apesar de o valor patrimonial tributário ser substancialmente superior. A operação foi apresentada como essencial para salvar o Vitória, então afundado em dívidas fiscais e desportivas. A escritura não incluiu cláusulas que impedissem a revenda nem mecanismos de reversão, deixando o património sem proteção legal. A venda foi a preço de saldo e terminou numa insolvência marcada por conflitos de interesses.
