O ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), que esta quinta-feira se juntou à campanha da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) "por causa das políticas" e não pelos protagonistas, considerou "extraordinariamente perigoso" o programa eleitoral do PS.
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"Eu acho que aquilo que o PS propõe é muito arriscado. Ou seja, quer andar mais depressa no presente e em nome do presente pode arruinar o futuro", atirou o ex-autarca durante uma arruada da coligação no Porto, a qual contou com os cabeças de lista por aquele círculo eleitoral e ministros José Pedro Aguiar-Branco e Pedro Mota Soares.
Para Rui Rio, o programa do PS é "extraordinariamente perigoso" e "muito arriscado sob diversos pontos de vista", já que "acelerar o consumo com base na baixa da Taxa Social Única é muito perigoso porque a procura que se gera pode ser feita lá fora e ainda aumenta as importações".
"Eu acho que é melhor ser prudente agora com o presente, salvaguardando melhor o nosso futuro. Porque se nós arriscarmos muito podemos chocar contra a parede e até acho, sinceramente, na componente técnica, eu era incapaz de acreditar naquilo que eles propõem", afirmou.
O social-democrata que é apontado como provável candidato presidencial aproveitou para explicar que não está a fazer campanha por causa dos candidatos, mas pelas políticas, uma vez que "independentemente de gostar ou não dos protagonistas, aquilo que é importante é o rumo que o país vai seguir".
E exemplificou: "se o doutor Álvaro Cunhal fosse líder do PCP, eu considerava-o uma pessoa credível e não votava nele".
Rio admitiu ainda ser "difícil" à coligação conseguir a maioria absoluta, mas considerou que "tudo pode acontecer".
Questionado sobre se irá participar em ações de campanha com o líder do partido, Pedro Passos Coelho, Rui Rio respondeu: "sim, é natural, agora é uma questão de combinarmos, com certeza".
No final da arruada, na qual espalhou beijinhos e panfletos, tirou 'selfies', recebeu elogios mas também algumas críticas, Aguiar-Branco frisou que a presença de Rio "mostra que distingue bem questões de caráter legislativo das questões de caráter presidencial".
Em jeito de resposta às críticas que foi ouvindo pela rua, o cabeça de lista da coligação pelo círculo do Porto disse que tudo seria "muito mais fácil" se o Governo quisesse ser popular, lembrando a situação de "pré-bancarrota" no país em 2011.