Rui Rio acusou esta segunda-feira o Governo de não estar a pagar às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) "desde janeiro". O líder do PSD considera a situação inaceitável.
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"Fiquei admirado com a situação. As IPSS receberam pela Segurança Social tudo a que têm direito; mas tudo o que devem receber do Ministério da Saúde, pura e simplesmente, o Governo não tem pago nada desde janeiro", revelou Rio, após uma reunião, no Porto, com a União da Misericórdias da cidade, o provedor da Santa Casa da Misericórdia e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social.
O presidente do PSD revelou também que estava "a milhas" de imaginar esse cenário quando, em março, propôs que o Estado liquidasse todas as suas dívidas.
Esta situação, continuou Rio, "não é minimamente aceitável", assim como "não faz sentido nenhum" que o Estado crie "mais dívida ainda". O atraso nos pagamentos, argumentou, torna-se ainda mais grave por ocorrer durante a pandemia, numa altura em que "estas instituições têm tido um trabalho ainda mais importante do que o que já fazem todos os dias".
Vêm aí problemas sociais "muito graves", avisa Rio
Rio considerou também ser preciso pensar na reabertura dos lares de idosos a visitas, embora tenha dito que isso deve ser feito "de forma muito, muito cuidadosa e gradual".
O líder social-democrata alertou ainda para a "falta de articulação" estrutural entre a Segurança Social e a prestação de cuidados de saúde, que "agora ainda se nota mais".
A fechar, Rio afirmou que os próximos tempos trarão "problemas de origem social muito graves" e que é necessário traçar um "programa detalhado" para os combater.
O chefe da oposição enunciou questões como a "carência alimentar" ou o pagamento de rendas na habitação, considerando ainda "inevitável" que muitos portugueses fiquem no desemprego "durante algum tempo, até a economia se articular outra vez".