Salvador Malheiro, um dos vice-presidentes do PSD, apresentou, esta segunda-feira, a moção estratégica de Rui Rio. Malheiro sublinhou que o atual líder do partido confia na militância de base para vencer as diretas deste sábado. Quanto às legislativas de janeiro, a palavra de ordem é "não fechar a porta" ao PS.
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"Estamos muito confiantes e com uma energia redobrada que nos é passada, sobretudo, pela militância de base", afirmou Salvador Malheiro na sede nacional do PSD, em Lisboa. "São muitos e muitos aqueles que se reveem em Rui Rio, sobretudo como sendo o que está melhor preparado para exercer o cargo de primeiro-ministro", considerou.
A moção foi apresentada pelo também diretor de campanha de Rio e presidente da Câmara de Ovar porque o líder recandidato está de visita à Madeira. Uma deslocação que, mais do que por motivos eleitorais, ocorreu porque Rio não conseguiu ir ao arquipélago na altura das autárquicas, garantiu Malheiro.
"Todos os votos são decisivos. Todos os militantes de base têm o mesmo peso eleitoral que um dirigente. Os votos da Madeira são tão decisivos como os de Portalegre, Beja ou Faro", afirmou o dirigente laranja, embora adiantando que Rio tem recebido um "feedback bom e positivo" da parte dos madeirenses.
O apelo à mobilização dos militantes de base foi recorrente no discurso de Malheiro. São estes que poderão dar a vitória a Rio, já que Rangel tem o apoio da maioria do aparelho. "O universo eleitoral nada tem a ver com os dirigentes concelhios, distritais ou dos núcleos. Portanto, tenho muita esperança e fé de que Rui Rio possa continuar a ser o presidente do partido", afirmou o diretor de campanha.
Afastar o PS da "extrema-esquerda"
Caso Rio leve a melhor sobre Paulo Rangel nas eleições internas deste sábado, Malheiro promete "uma estratégia para governar Portugal ao centro" - ideia que, de resto, se sustenta na moção que apresentou. "Nesse contexto, estamos prontos para analisar os resultados de 30 de janeiro, nunca fechando a porta as forças políticas democráticas", afirmou.
O objetivo, frisou, é afastar BE e PCP de uma posição de influência das políticas governativas: "Portugal precisa de ser libertado dessa extrema-esquerda que tanto tem coarctado a dinâmica da nossa economia", defendeu o vice-presidente do PSD.
Mas também houve tempo para lançar uma farpa a Rangel. Referindo que a nova moção estratégica "vem na continuidade" das que Rio apresentou ao candidatar-se ao partido em 2018 e 2020, Malheiro lembrou que esta última, "por sinal, contou com a aprovação inequívoca daquele que é, agora, o candidato alternativo".
O diretor de campanha foi confrontado com a decisão de Nuno Morais Sarmento, um dos vice-presidentes de Rio, não ter declarado apoio a qualquer candidato. Salvador Malheiro desvalorizou a situação, mostrando-se confiante de que este vote, ainda assim, no atual líder, mas lembrando que o voto do antigo ministro dos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes vale tanto como o de qualquer outro militante.