As características das 14.484 transferências para "offshores" que escaparam ao controlo da Autoridade Tributária estão a ser averiguadas, disse o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
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Em causa, nesse ano, está um montante total de 3.806 milhões de euros, dos quais 3.363 milhões de euros não foram controlados, ou seja, 88%, como foi referido hoje na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
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"O valor oculto em 2014 ultrapassou o valor declarado", afirmou hoje Rocha Andrade, durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, sublinhando "as transferências ocultas tinham em média um valor superior".
Questionado sobre as características das transferências que não constavam do sistema central, o governante explicou que esse trabalho está agora a ser feito.
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"Das operações que conhecemos, 90% são relativas a pessoas coletivas e 10% a pessoas individuais", informou Rocha Andrade, apontando para um número de transferências processadas na ordem das 30 mil.
Do total das operações relativas a pessoas coletivas, isto é, a empresas, cerca de 58% correspondem a operações de "cash management" (transferências para uma outra conta de um mesmo titular situada no estrangeiro), 18% apagamentos relativos a comércio, 8,8% a pagamentos a fornecedores e 33% operações relacionadas com atividades de trocas internacionais, de acordo com o responsável.
Sobre as transferências ocultas, Rocha Andrade avançou que, em 2014, quase todas (97%) foram destinadas ao Panamá.
"Quase tudo o que foi para o Panamá está oculto", realçou, indicando que nos anos de 2012 e 2013 deu-se uma situação semelhante mas com as Ilhas Antilhas Holandesas como destino das transferências.